O governo do Estado já deu a ordem de serviço para a empresa Concremat Engenharia e Tecnologia fazer a partir de segunda-feira (28), um levantamento de tudo o que falta ser feito na Arena Pantanal, em Cuiabá.
A idéia é que dessa vez o governo consiga terminar finalmente a obra e assim poder entregar a Arena para ser gerida por empresa privada conforme contrato de concessão.
Com o relatório da Concremat na mão, o governo pretende lançar ainda em abril uma licitação para terminar as obras ainda em 2016.
A empresa contratada para o gerenciamento e supervisão das obras de construção da Arena tem até 20 dias para terminar o levantamento relacionado à certificação internacional de sustentabilidade Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), fundamental para que o Estado acesse os juros mais baixos do financiamento contratado juntos ao BNDES para construir o estádio.
“Precisamos deixar a Arena 100% e chamar o pessoal da certificação Leed para vir a Cuiabá fazer o levantamento e emitir a certificação até dezembro, mês em que começamos a pagar o financiamento do BNDES”, disse o secretário de Estado de Cidades, Eduardo Chiletto. Segundo ele, sem a certificação Leed, os juros do financiamento dobram, encarecendo a obra em R$ 600 milhões.
Dois outros relatórios serão produzidos pela Concremat: um deles, sobre o que falta ser entregue pelo consórcio C.L.E., responsável pelas áreas de tecnologia, informação e comunicação da Arena; e outro sobre as pendências deixadas, segundo o Governo, pela empreiteira Mendes Jr., responsável pela obra.
Com este último relatório, o Governo do Estado vai acionar a Mendes Jr. na Justiça para que ela pague R$ 17,8 milhões aos cofres públicos referentes a atrasos na obra e outras “glosas contratuais”.
O Governo chegou a notificar a Mendes Jr. para que a empresa retomasse as obras da Arena, mas representantes da empresa disseram que ela não voltaria para a Arena se não tivesse mais nada a receber. No mês passado, a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial.
A Mendes Jr. pleiteava um “reequilíbrio financeiro do contrato”, por conta de pagamentos em atraso, obrigações de ter que paralisar a obra e outros, de R$ 20 milhões. Mas um estudo realizado em conjunto por técnicos da Secretaria de Cidades e dos Tribunais de Contas do Estado e da União afirma que é a Mendes Jr. quem está devendo ao Governo. Representantes de empresas que prestaram serviço para a Mendes Jr. na obra da Arena Pantanal dizem que a empreiteira também lhes deve cerca de R$ 15 milhões.