O 2º levantamento das intenções de confinamento realizado, em julho, pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), trouxe uma atualização das perspectivas para a atividade no estado. Dessa forma, a tendência é que ao longo de 2024 sejam confinadas 874,31 mil cabeças bovinas, aumento de 20,61% em relação ao levantado no 1º levantamento do ano. O volume, se confirmado, será 57,48% superior às 555,18 mil cabeças confinadas pelos informantes em 2023 (de acordo com o consolidado de outubro/23).
“Essa alta nas intenções de confinamento, apesar das incertezas quanto aos preços do boi gordo, se deve ao aumento no poder de compra dos confinadores. Quando comparado o montante confinado em 2024 com o de 2023 pelos entrevistados, observa-se que, na média, os confinamentos de pequeno/médio porte tendem a manter ou reduzir o volume confinado. Por outro lado, os confinamentos com maior capacidade estática apontaram para um aumento na quantidade de animais terminados ao longo de 2024”, explicam os analistas do Imea.
O custo da diária confinada se manteve estável em relação ao cenário observado em abril. Dessa forma, em julho, a média da diária confinada (que inclui os custos alimentares e operacionais) foi de R$ 11,75/cabeça/dia, redução de R$ 0,47/cabeça/dia em relação à média do primeiro levantamento do ano. O aumento no volume de gado confinado, a partir do segundo giro alterou a distribuição dos envios para abate, com 70,71% do total previsto a ser terminado em confinamento sendo destinados às indústrias no segundo semestre do ano. Com destaque para os meses de agosto, setembro e outubro, que devem concentrar 37,27% do total confinado no ano.
A maior parte do rebanho confinado está concentrado em confinamentos de grande porte, com 67,86% do volume total. “Outro destaque foi a alta na adoção aos mecanismos de proteção de preços pelos confinadores, que atingiu o maior percentual de todos os levantamentos realizados pelo Imea, com o total de 49,26% dos entrevistados. Isso se deve às incertezas deste ano, devido à transição do ciclo pecuário, o que evidencia uma maior cautela por parte dos pecuaristas, diante da necessidade de reduzir os riscos do mercado”.
MERCADO – Na primeira quinzena de agosto, o diferencial de base entre as cotações do boi em Mato Grosso e em São Paulo atingiu -12,22%, com variação de -0,92 pontos percentuais (p.p.) em relação ao acumulado do mês de julho. O alongamento no indicador foi resultado da maior valorização da arroba em São Paulo em relação ao Mato Grosso. Desse modo, o preço do boi gordo a prazo em Mato Grosso ficou cotado em média a R$ 206,71/@ na parcial de agosto (Imea), e exibiu alta de 0,74% em relação ao último mês. Já em São Paulo, a valorização foi mais intensa, e ficou na média de R$ 235,49/@ (Cepea), com alta de 1,79% para o mesmo comparativo (ambas cotações a prazo e livre de impostos). “É importante ressaltar que a perspectiva de alta no volume de gado confinado por ser um fator que contraponha a redução na oferta de gado de pasto, limitando a alta nos preços do boi gordo em Mato Grosso”, alertam os analistas do Imea.