O recente embate entre Irã e Israel teve um efeito considerável sobre o mercado financeiro, resultando em uma elevação nos preços do petróleo e criando volatilidade nas transações. Desde o começo das hostilidades, o valor do barril de petróleo Brent aumentou em mais de 5%, chegando perto de US$ 80. Essa valorização foi estimulada por preocupações com possíveis interrupções na oferta de petróleo da área.
Segundo especialistas, além do efeito instantâneo no preço do petróleo, as instabilidades políticas estão fazendo com que investidores procurem opções mais seguras, como ouro e títulos da dívida pública. Rodrigo Miranda, especialista em mindset financeiro, destaca: “Em períodos de conflito geopolítico, o mercado tende a reagir de forma intensa. A demanda por segurança se torna predominante, enquanto investimentos de maior risco, como ações, costumam sofrer grandes desvalorizações.”
A volatilidade no mercado financeiro também é alimentada por preocupações com possíveis sanções econômicas que possam ser impostas ao Irã ou a outros atores envolvidos no conflito. Caso ocorra um bloqueio em rotas estratégicas para o transporte de petróleo, como o Estreito de Ormuz — responsável por cerca de 21% do petróleo comercializado globalmente —, o impacto seria devastador, levando os preços do barril de petróleo a ultrapassar os US$ 100, aprofundando a crise energética mundial.
Apesar das incertezas, os analistas indicam que o mercado financeiro deve continuar monitorando atentamente os desdobramentos do conflito, com o foco em possíveis avaliações econômicas e financeiras de financiamento.
ORIENTE MÉDIO E AS CRIPTOMOEDAS – As tensões no Oriente Médio, como a recente disputa entre Irã e Israel, influenciam diretamente os mercados financeiros convencionais, além de impactarem o setor das criptomoedas. Durante períodos de incerteza geopolítica, os investidores tendem a buscar ativos seguros, como o ouro, e, mais recentemente, as criptomoedas têm sido avaliadas como uma opção para salvaguardar o patrimônio. O Bitcoin, por exemplo, é frequentemente visto como um “ouro digital”, o que pode resultar em uma elevação de seu valor em tempos de crises políticas e econômicas, especialmente quando há preocupação com a desvalorização das moedas tradicionais.
De acordo com Miranda, as moedas digitais também passam por instabilidade em momentos de crise geopolítica. Ele ressalta que a dúvida em relação a sanções econômicas, descontinuidades no comércio internacional e variações nos preços do petróleo podem afetar a atitude dos investidores no setor das criptomoedas. “Apesar das criptomoedas serem menos impactadas por intervenções governamentais diretas, os mercados, de modo geral, costumam adotar uma postura cautelosa durante conflitos armados, o que pode resultar na venda de ativos digitais e em reduções momentâneas em seu valor”, complementa.
Além disso, em países diretamente envolvidos ou afetados pelos conflitos, o uso de criptomoedas pode aumentar como uma forma de contornar sanções econômicas e restrições bancárias. O Irã, por exemplo, já utilizou Bitcoin para mitigar os efeitos de sanções econômicas dos EUA. Em tempos de guerra, essa tendência pode se intensificar, com governos e indivíduos buscando refúgio financeiro nas criptomoedas, contribuindo para uma maior adoção e circulação dessas moedas em regiões de conflito.
MERCADO DE FERTILIZANTES – O furacão Milton, com potencial de causar danos catastróficos, está se aproximando do Citrus Belt e das principais regiões agrícolas da Flórida. De acordo com informações do Agriculture Dive e do Agrolink, a tempestade avança em direção aos laranjais e fábricas de fertilizantes do estado, com previsão de tocar terra na noite de quarta-feira, sendo classificado como um dos furacões mais fortes já registrados no Atlântico.
A tempestade coloca em risco a produção de cítricos, cana-de-açúcar, morangos e viveiros de plantas na região central da Flórida. Jon Davis, meteorologista chefe da Everstream Analytics, destacou que os fortes ventos podem arrancar laranjas das árvores, causando danos que afetariam a produção por anos. Essa preocupação foi reforçada por Matt Joyner, CEO da Florida Citrus Mutual, que alertou sobre os impactos contínuos na indústria cítrica, ainda se recuperando de eventos climáticos anteriores, como o furacão Ian em 2022.
Além do setor agrícola, a indústria de fertilizantes também pode ser severamente afetada. Segundo Veronica Nigh, economista sênior do The Fertilizer Institute, cerca de 40% da produção de fosfato de amônio dos EUA ocorre na região da Baía de Tampa. Danos à infraestrutura local podem prolongar a alta nos preços dos fertilizantes, impactando agricultores não só da Flórida, mas de outras regiões.
Chuvas intensas, ventos e marés de tempestade são esperados, elevando as preocupações sobre os danos a longo prazo que o furacão pode causar tanto à produção agrícola quanto à indústria de fertilizantes. As autoridades locais e os agricultores estão em alerta máximo, preparando-se para mitigar os impactos dessa tempestade histórica.
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