A qualificação do mercado de trabalho tem sido uma das principais preocupações das empresas ao redor do mundo, incluindo o Brasil. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), 69% das indústrias brasileiras enfrentam dificuldades para contratar funcionários com habilidades compatíveis às exigências dos cargos.
A pesquisa mostra que o problema se espalha por diferentes áreas da indústria. Além disso, os avanços tecnológicos, que aumentam a produtividade e a eficiência, também intensificam a pressão sobre a mão de obra. Nesse contexto, recursos como automação e IA exigem uma transformação no perfil de qualificação profissional.
PESQUISA REVELA DIFICULDADE EM CONTRATAR – De acordo com os dados divulgados pela CNI, a dificuldade atinge companhias industriais de diferentes portes. Enquanto 70% das pequenas e médias indústrias enfrentam problemas para encontrar funcionários qualificados, 63% das grandes relatam o mesmo desafio.
Já em relação às áreas, o setor de produção é o mais impactado pelo panorama atual. No caso dos técnicos, por exemplo, a dificuldade atinge 94% das empresas, e 82% não conseguem contratar operadores adequados.
O cenário é menos crítico na área de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), mas ainda preocupante, com 62% das empresas relatando falta de qualificação. Fora da produção, o marketing apresenta déficit de 71%, enquanto na administração o índice chega a 66%.
Em relação aos impactos desse cenário, o problema mais mencionado é a perda de eficiência nas operações, apontada por 70% das empresas. Além disso, 63% relatam dificuldades em manter um padrão de qualidade nos produtos.
Por outro lado, 78% das empresas afirmam buscar reverter o quadro por meio da capacitação interna dos funcionários, estratégia considerada um caminho viável para reduzir a falta de qualificação.
EQUILIBRAR FORÇA HUMANA E AUTOMAÇÃO – Diante desse cenário, a indústria se reinventa ao aproximar trabalhadores e máquinas inteligentes. Diferente da fase anterior, que priorizava a automação, a nova etapa busca integrar tecnologia e criatividade humana.
De acordo com informações do portal A Voz da Indústria, o conceito de Indústria 5.0 tem o potencial de revolucionar as atividades industriais no Brasil.
O Fórum Econômico Mundial estima que até 2025 cerca de 85 milhões de empregos podem deixar de existir por conta da automação, enquanto outros 97 milhões devem surgir em funções ligadas à tecnologia.
Na prática, o modelo propõe que robôs executem tarefas repetitivas ou de risco, liberando os profissionais para atuar em inovação, pensamento crítico e resolução de problemas complexos.
Esse avanço, no entanto, traz desafios para o Brasil. Com a dificuldade em contratar mão de obra qualificada, especialistas alertam que a transição pode ampliar o apagão de talentos se não houver foco na capacitação.
Por isso, a requalificação da força de trabalho é vista como prioridade. Empresas que investirem em treinamento estarão mais preparadas para colher os benefícios da Indústria 5.0 nos próximos anos.
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