O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) já deu início às estimativas de custo de produção para as safras de soja e milho da temporada 2023/24. Na primeira previsão feita ao cereal, os analistas encontraram um cenário de alta. Na direção oposta, o desembolso projetado à oleaginosa perdeu um pouco de ritmo – em razão do comportamento dos fertilizantes – e apresentou leve recuo.
Como detalham, em janeiro de 2023, custeio da soja para a safra 2023/24 exibiu recuo no mês e a relação de troca com fertilizantes apresentou melhora no Estado. O custeio para a temporada ficou previsto em R$ 4.630,18 por hectare (ha), queda de 0,35% ante dezembro do ano passado.
“O recuo está atrelado à queda nos preços dos insumos, principalmente os cotados em dólar (devido à baixa da moeda no mês). Dessa forma, e com o preço da soja futura apresentando alta, a relação de troca dos principais fertilizantes Super Simples (SSP) e do MAP reduziu 2,05% e 0,98% ante dezembro de 2022, respectivamente. Desse modo, para que o produtor consiga uma tonelada de SSP e MAP, é necessário entregar 16,67 e não mais 21,74 sacas e 32,65 sacas e não mais 34,74 sacas de soja, nesta ordem”, explicam os analistas.
Eles frisam também que é importante ressaltar que nesta safra a relação de troca está mais favorável que o observado no mesmo período do ano passado. No entanto, a compra de insumos está atrasada em relação aos últimos dois anos, devido à maior capitalização do produtor – que pode aguardar melhores preços dos insumos – e à mudança de perfil no planejamento.
O MILHO – Na virada do mês, o Imea divulgou a 1° estimativa do custo de produção do milho alta tecnologia da safra 203/24. O custeio da cultura ficou estimado em R$ 3.475,11/ha, alta de 14,11% ante a safra anterior.
Apesar da retração nos preços dos principais insumos, a primeira estimativa apontou um custeio maior devido à atualização dos painéis modais de custo de produção, no qual se observou mudanças nas tecnologias utilizadas, bem como no manejo, estimuladas pela valorização do preço do milho nos últimos anos.
Esse cenário incentivou o produtor modal de algumas regiões a investir no manejo dos insumos com o objetivo de aumentar a produtividade. Com a alta, o Custo Operacional Efetivo (COE) fechou em R$ 4.742,10/ha, valorização de 15,40% ante a safra passada. “Já o ponto de equilíbrio da safra 2023/24 apresentou um aumento de 15,40% ante a safra 2022/23, e para que o produtor consiga cobrir suas despesas, considerando o COE e uma produtividade de 104,29/sc, é necessário que comercialize a sua saca de milho a pelo menos R$ 45,47”, alertas os analistas do Imea.
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MERCADO – O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou o primeiro balanço da safra de soja 2023/24, informando um aumento de 0,46% de área colhida em comparação à safra anterior, projetando-se em 35,09 milhões de hectares. Com este aumento espera-se um novo recorde produtivo estimado em 122,74 milhões de toneladas, um aumento de 5,47% comparado aos resultados atuais.
O consumo interno americano também demonstrou um crescimento de 3,66%, cerca de 66,30 milhões de toneladas, em comparação à safra passada. Isso se dá pelo volume crescente de esmagamento, sendo refletido pela maior demanda de subprodutos da soja. Nos estoques também houve um aumento de volume de 28,92%, cerca de 7,89 milhões de toneladas, em relação à safra de 2022/23, sendo o maior resultado das últimas três safras.
A queda na média dos preços da soja no Brasil, já está 15,71% menor do que na mesma época do ano passado. Isso se explica pelo recorde da produção e as colheitas estarem seguindo normalmente, sem contar a queda dos preços internacionais e os prêmios negativos pela elevação da oferta devido à safra recorde no país, somada à incerteza de existir importação chinesa para esse ano.
Vale ressaltar em 2022 nessa mesma época, já se afirmava uma quebra de produção para a safra 2021/22.
Nesta semana o mercado da soja em Mato Grosso, conforme análise da Tarken continuou seguindo ritmo de redução dos preços, como demonstram as seguintes cotações: Sorriso/MT, R$ 151,10/sc (queda de R$ 1,63), Nova Mutum /MT, R$ 153,56/sc (queda de R$ 1,51), Campo Novo do Parecis /MT, R$ 153,24/sc (queda de R$1,64), Sapezal/MT, R$ 150,64/sc (queda de R$1,64) e Lucas do Rio Verde /MT, R$ 152,52/sc (queda de R$1,49).