Com a aproximação da semeadura da soja da safra 2025/26, em Mato Grosso, as incertezas quanto ao comportamento das precipitações aumentam no estado. Como destacam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a projeção do Australian Bureau of Meteorology (BoM) indicou neutralidade do fenômeno Enso nos próximos meses. “Em anos neutros, é comum observar bons volumes de chuva, com distribuição mais regular, o que pode ser favorável ao cultivo de soja no estado”.
Além disso, o NOAA estimou a média das anomalias de precipitação do modelo NMME (mm/dia). As previsões indicam que, nos meses de set/25 e out/25, as chuvas devem ocorrer acima da média histórica em grande parte do estado, o que, se confirmado, favorecerá o desenvolvimento inicial da cultura.
“No entanto, vale ressaltar que o vazio sanitário da soja se encerra em 7 de setembro de 2025, conforme o Mapa. Sendo assim, para que os produtores iniciem a semeadura, é necessário que o solo tenha recebido pelo menos 10 mm de chuva acumulada, garantindo umidade suficiente para a germinação”, informam os analistas.
Ainda com um cenário de indefinições, o Imea projeta que a área de soja será de 13,08 milhões de ha, alta de 1,67% ante a safra passada.
MERCADO – Na última semana, o preço da soja disponível, em Mato Grosso, registrou alta de 2,11% em relação à semana anterior, com média semanal de R$ 116,22/sc, sustentado pelos prêmios portuários atrativos.
Quanto à paridade de exportação do contrato mar/26, esta alcançou R$ 106,95/sc, queda de 0,71% no comparativo semanal. “A desvalorização dos preços futuros está atrelada à queda das cotações da soja na CME-Group, que recuaram 2,12% no período, com o contrato mar/26 fechando em US$ 10,34/bu. Esse recuo, por sua vez, reflete a expectativa de safra recorde nos EUA e a menor demanda chinesa pela soja norte-americana”.
Por outro lado, o Imea pontua que os prêmios em Paranaguá para o contrato mar/26 registraram média de ¢US$ 26,40/bu, com alta de 94,12% ante a semana anterior. “É importante ressaltar que, embora os prêmios tenham compensado as oscilações negativas em Chicago, o produtor deve manter atenção ao desdobramento das relações comerciais entre EUA e China, uma vez que esse cenário tende a influenciar diretamente os preços no estado”.
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