A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) considera que a decisão da China, de liberar a entrada da carne bovina brasileira que tenha recebido certificado sanitário antes de 4 de setembro, é o primeiro e um importante passo para a normalização das exportações ao país asiático, interrompidas temporariamente há a cerca de 80 dias por questões sanitárias. A China é o maior destino da carne bovina produzida em Mato Grosso e é também o maior parceiro comercial da pauta mato-grossense.
O Brasil suspendeu as exportações de carne bovina para a China após detectar dois casos atípicos de doença da vaca louca. No entanto, a carne que já estava nos portos continuou sendo exportada e acabou ficando retida na alfândega chinesa. Agora, com a decisão da China, os carregamentos armazenados nos portos chineses serão liberados.
“Vemos com muito bons olhos essa decisão. Essa liberação era o que precisava acontecer, como um primeiro passo para poder desocupar os portos. Com essa carne entrando, poderemos em um segundo momento, produzir e abater novos animais para esse destino. Já consideramos isso como um sinal para que possamos retornar e normalizar as exportações”, afirmou Francisco de Sales Manzi, diretor técnico da Acrimat.
Ainda de acordo com Manzi, esse tempo de suspensão das exportações trouxe impactos para todo o País, especialmente para Mato Grosso, que possui o maior rebanho bovino do Brasil, mais de 30 milhões de cabeças.
“O estoque que você tem que manter refrigerado, ocupa um espaço que poderia já estar sendo preenchido com novos abates que temos prontos. Mas como temos a garantia da nossa carne, que hoje já atinge mais de 120 países, inclusive reabrimos o mercado para a Rússia, reforçamos a qualidade do nosso produto. Esperamos para, dentro em breve, um segundo e mais importante passo do que esse, que é o retorno normal da produção e exportação da nossa carne para a China”, afirmou.
Manzi reforçou ainda que os casos da doença da vaca louca encontrados no Brasil foram considerados “atípicos”, por serem de um tipo espontâneo e não por transmissão no rebanho. Desse modo, não oferecem riscos à saúde humana e animal. “Essa situação já foi totalmente esclarecida. O Brasil continua enquadrado como risco insignificante. O Brasil nunca teve um caso da doença da vaca louca típica. Temos a garantia do nosso mercado e de que a nossa carne pode ser consumida em qualquer lugar do mundo”, concluiu.