Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária de Mato Grosso (Imea) demonstram que nesta safra, 2023/24, o fantasma do déficit da armazenagem deve assombrar o produtor. Mesmo com uma temporada marcada por quebras, deve faltar espaço nos armazéns para cerca de 35 milhões de toneladas (t).
Conforme destacam os analistas do Imea, com a colheita do milho segunda safra a todo ‘vapor’ em Mato Grosso, as atenções se voltam para a armazenagem no estado. De acordo com a Conab, a capacidade estática para a safra 2023/24 está em 49,94 mi t, aumento de 7,92% em relação à safra 2022/23.
“Quando analisada a estimativa de produção, é esperado que o estado produza 84,90 mi t de grãos no ciclo 2023/24, 12,68% a menos que na temporada passada. Com isso, o déficit de armazenagem está projetado em 34,96 mi t, com redução de 32,98% ante o ciclo passado”, calculam.
Apesar da diminuição, o estado ainda apresenta uma grande deficiência. Para se ter uma ideia, mesmo com o avanço da comercialização da temporada 2023/24 da soja no último mês – maio/24 – as vendas do milho estão atrasadas em 7,22 pontos percentuais (p.p.) ante o mesmo período do ciclo passado, o que pode indicar um volume maior estocado. “Apesar dos investimentos com silos bags observados nas últimas duas safras, o cenário reforça a dificuldade dos produtores com a armazenagem em Mato Grosso”.
COLHEITA – Em Mato Grosso, a colheita do milho segunda safra até o dia 14, atingiu 21,73% do total da expectativa de área para a safra 2023/24. Os trabalhos a campo avançaram 11,03 p.p. no comparativo semanal e continuam à frente da safra passada e da média dos últimos cinco anos em 13,38 p.p. e 5,96 p.p., respectivamente.