O intenso descarte de vacas resultou no menor nível de matrizes no total do rebanho de fêmeas, afirmam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Em 2024, o rebanho de bovinos em Mato Grosso – o maior do Brasil – foi de 32,83 milhões de animais, redução de 3,73% em relação a 2023, conforme dados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea).
Esse saldo é reflexo direto do intenso descarte de vacas nos últimos anos, “o que resultou na redução do rebanho total de fêmeas no estado. Para ilustrar, as matrizes (fêmeas em idade reprodutiva, ou menores de 24 meses) registraram o menor volume desde 2019, totalizando 13,03 milhões de animais no último ano. Com isso, a participação das matrizes no rebanho total de fêmeas atingiu o menor patamar da história, e ficou em 61,31% no último ano”, como explicam os analistas.
A redução no rebanho de fêmeas em idade reprodutiva tende a impactar a produção de bezerros no estado. Além disso, outro destaque foi o volume de machos (entre 24 e 36 meses), que apresentou uma redução de 16,65% ante 2023, com 1,73 milhão de cabeças, sendo o mais baixo já registrado na série histórica do Imea.
ESCALAS – Mesmo com a maior presença de fêmeas na linha de abate, a demanda aquecida para as exportações tirou as escalas da casa de 10 dias, como foi visto em dezembro do ano passado, chegando a cinco dias em algumas praças no estado ao longo de janeiro. No entanto, a pressão de fêmeas não emprenhadas na estação de monta e a oferta do gado do pasto começaram a aparecer, refletindo no alargamento das escalas já nos primeiros dias de fevereiro.
“Com isso, na 1ª quinzena de fevereiro, o indicador ficou na média de 8,33 dias, ampliação de dois dias quando comparado com o mesmo período de janeiro. Apesar de estar menor que nos últimos dois anos, o indicador ainda está em um dos maiores patamares da história para o período. A tendência para o curto prazo é que as escalas permaneçam se alongando, o que pode resultar em maior pressão para os preços do boi gordo, considerando o histórico do mês”.
MERCADO – Apesar de, em janeiro, o preço do boi gordo em Mato grosso ter registrado valorização, em fevereiro (até dia 21), a cotação da arroba bovina apresentou redução, sendo negociado, em média, a R$ 315,11/@ no período. A desvalorização nos preços persistiu até a terceira semana deste mês, chegando a atingir R$ 304,26/@ em 21/02, com uma queda acumulada de R$ 10,85/@. Por outro lado, a carne bovina no atacado apresentou baixa nos últimos dois meses, e registrou retração de 2,45% no comparativo mensal, com a carcaça casada do boi cotada, em média, a R$ 21,51/kg.
“Nos próximos meses, o mercado dependerá do equilíbrio entre oferta de animais terminados e a capacidade do consumidor de absorver os preços, especialmente porque o varejo já opera no maior patamar de preços da história do estado”, acrescentam os analistas.
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