O plantio bem feito de uma nova safra, com a ajuda das ferramentas disponíveis, é fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer cultura, pois é uma das etapas que podem garantir altas produtividades. Na soja, isso não é diferente. Para ajudar o produtor rural a entender este cenário do início do ciclo 2022/23, a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) realiza, amanhã, a live “É Hora de Plantar – Cuidados com o Plantio”, através de sua página no Youtube, a partir de 19h de Mato Grosso.
Diferente de outros anos, em que a instituição promovia palestras em formato presencial como parte do Programa de Difusão de Tecnologia da Fundação MT, agora os eventos retomam no formato online. “O objetivo é levar para o produtor informações importantes e relevantes para um momento crucial da safra, o do plantio. Informações como tratamento de sementes, controle de plantas daninhas e uso de pré-emergentes, assim como aspectos ligados à qualidade do plantio”, destaca Luis Carlos, gerente de marketing e relacionamento da instituição.
O bate papo é gratuito e abordará temas essenciais como pragas, plantabilidade, com o pesquisador, Marcelo Franchi e ainda dessecação de plantas daninhas e uso de pré-emergentes com o também pesquisador e doutor, Lucas Barcellos.
AS PRAGAS – A entomologista e pesquisadora da Fundação MT, doutora Lucia Vivan, destaca o cascudinho-da-soja (Myochrous armatus), como uma das pragas iniciais de soja que merece atenção por parte do produtor. O coleóptero tem ocorrido de forma frequente nos últimos cinco anos em áreas de Mato Grosso, com maior incidência na região de Rondonópolis, Itiquira, Primavera do Leste e Campo Verde, mas já se têm relatos de ataques em outras regiões.
De acordo com a pesquisadora, o ataque dos adultos ocorre, geralmente, poucos dias após a emergência das plantas de soja, e também está relacionado com o período de início das chuvas. “É importante que o produtor fique atento nas áreas onde tem histórico da presença do inseto, pois eles se concentram no caule e causam o tombamento e a morte das plântulas. Por isso, o principal dano dessa praga nos estádios iniciais de desenvolvimento da cultura é a redução do estande de plantas, o que pode impactar diretamente na produtividade”, indica Lucia.
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Uma das ferramentas indicadas e indispensável para o controle do cascudinho é o tratamento de sementes, pois oferece proteção inicial para as plântulas de soja na fase crítica de ataque do inseto. Além disso, a entomologista ressalta que em áreas com altas infestações, geralmente são necessárias aplicações foliares para minimizar os danos desta praga.
OUTRAS PRAGAS – Outra praga que pode ocorrer neste início de implantação da cultura em áreas mais arenosas e, principalmente, se houver um período de veranico, é a lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus). A atenção também deve ser para os corós da soja, Phyllophaga cuyabana e P. capillata, que, se presentes, irão consumir as raízes, afetando o desenvolvimento das plantas. Segundo a doutora Lucia, para essas o tratamento de sementes é igualmente importante.
Algumas regiões de Mato Grosso têm incidência de lagarta Helicoverpa armigera nos estádios V2 a V3 da soja, principalmente em áreas com o sistema soja-algodão. Portanto, “é importante sempre monitorar as áreas e fazer os manejos quando for necessário para evitar a colonização e o comprometimento a partir do estádio R1”, explica a entomologista da Fundação MT.
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