Mato Grosso virou o centro das atenções mundiais do setor de proteína animal. Começou ontem (28), em Cuiabá, o World Meat Congress (WMC) 2025, primeira edição no Brasil, promovida pela International Meat Secretariat (IMS) e organizada pelo Instituto Mato-grossense da Carne (Imac). A programação do evento segue até amanhã (30) e discute inovações, geopolítica alimentar e as práticas sustentáveis do mercado mundial da proteína animal.
O presidente do Imac, Caio Penido, celebrou a estreia do congresso no país. “Orgulho de sediar um encontro com mais de 20 países para discutir segurança alimentar, clima e comércio. Aproveitaremos para trocar informações; nos próximos dias, vamos à China com o presidente Vilmondes Tomain para fortalecer parcerias e ampliar ações”.
o vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta, fez uma defesa enfática do modelo produtivo mato-grossense, rebatendo críticas internacionais sobre a sustentabilidade da pecuária brasileira.
“É uma honra representar o Governo do Estado neste congresso que orgulha toda a nossa gente, é a primeira vez que ele é realizado no Brasil. Mato Grosso tem vocações muito bem definidas, e nós aprendemos a conservar. Hoje, não há como esconder irregularidades ambientais. Produzimos com transparência e eficiência”, afirmou.
Pivetta destacou que Mato Grosso produz cerca de 10 toneladas por hectare sem irrigação, um dos índices mais altos do mundo, e que a evolução tecnológica da pecuária tem permitido reduzir áreas de pastagem e aumentar a produtividade.
“Não é justo que interesses mundo afora tentem desvirtuar aquilo que realmente é. Nosso sistema produtivo é sustentável, virtuoso e preserva o meio ambiente. É um sistema de produção e preservação”, completou.
Na abertura, o presidente do Sistema Famato (Sistema Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso), Vilmondes Tomain, resumiu a agenda do setor com foco em eficiência, sanidade e sustentabilidade.
“Mato Grosso é protagonista da porteira ao prato. União é a palavra-chave: produtores, indústria, pesquisa, varejo e governo precisam caminhar juntos para ganhar escala e previsibilidade”, afirmou. Ele destacou a criação da Comissão de Pecuária da Famato como “canal permanente de diálogo para soluções conjuntas”.
O presidente citou as ações do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MT (Senar MT), do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e do Agrihub. “A ATeG (Assistência Técnica e Gerencial) vai do manejo de pasto à nutrição e à gestão de custos; da porteira para fora, defendemos tecnicamente o produtor. O Imea transforma dados em decisão; o Agrihub leva conectividade, sensores e rastreabilidade ao campo. O agronegócio de Mato Grosso é diverso e integrado, e oferecemos soluções também em suínos, aves e peixes.”
INDÚSTRIA – Para o superintendente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo/MT), Nino Borges, A realização do congresso em Cuiabá é um reconhecimento internacional do modelo produtivo do estado e da força da cadeia da carne de Mato Grosso.
“Mato Grosso mostra ao mundo que produz carne com sustentabilidade, eficiência e transparência. Esse congresso é a oportunidade de apresentar os avanços da nossa indústria, a rastreabilidade das propriedades e o compromisso de todo o setor com a preservação ambiental. Temos uma cadeia forte, moderna e preparada para competir globalmente”.
Borges destacou ainda que a presença de delegações estrangeiras no evento fortalece a imagem do estado como fornecedor confiável de proteína animal e amplia o diálogo comercial com diferentes continentes.
“Mais do que vender carne, nós entregamos confiança. Cada visita, cada debate aqui em Cuiabá é uma chance de mostrar que o produtor e o frigorífico mato-grossenses trabalham juntos por uma pecuária sustentável, de baixo impacto e alto valor agregado”.
A abertura contou com representantes da FAO (agência da ONU para Alimentação e Agricultura), de EUA, China, União Europeia, Canadá, Nova Zelândia e Brasil, além de presidentes de entidades do setor.
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