O Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac) apresentou um balanço sobre a ‘Missão Europa’, realizada no início do mês de junho, a pecuaristas do Estado e agora dará continuidade ao projeto que pretende aproximar o setor produtivo do mercado europeu. A estratégia compartilhada com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), envolve um plano de comunicação focado em apresentar o sistema produtivo e os aspectos socioambientais positivos que dão à carne de Mato Grosso qualidade e sustentabilidade.
Durante a reunião, o presidente do Imac, Caio Penido, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, falaram sobre a resistência dos representantes dos países europeus em mudar a estratégia comercial de bloquear produtos de origem de áreas de desmatamento. A restrição se dá, em grande parte, em virtude do desconhecimento sobre o Código Florestal Brasileiro, as questões socioculturais e geográficas do Estado.
De acordo com Caio Penido, o Imac foi à Europa com intuito de apresentar a biodiversidade de Mato Grosso e do Brasil e evitar que esse ativo corra risco de degradação por causa do regulamento europeu. Para Penido é preciso gerar valor e implantar um sistema que remunere estes serviços ambientais que são prestados pelos produtores brasileiros, que conservam a flora e a fauna dentro de suas propriedades.
Para César Miranda, a ‘Missão Europa’ foi extremamente importante para Mato Grosso, mas que este foi o primeiro passo. “O trabalho está apenas começando, temos que munir os europeus de informações, trazê-los para conhecer nosso Estado e nos aproximar dos empresários de lá, que têm interesse comercial e poderão nos ajudar a construir uma agenda positiva”.
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O presidente da Acrimat, Oswaldo Ribeiro, destacou a importância deste contato que abriu portas. “Nós precisamos apresentar nossa pecuária, que é a mais sustentável do planeta, com dados científicos, com as pesquisas que nossas entidades desenvolvem. A Europa pode não ser um grande mercado, mas é formadora de opinião, ajuda a balizar preço no mercado internacional e tem muita importância no contexto global”.
Caio Penido destacou que ter os produtores rurais juntos nesta jornada é o grande capital mobilizador. “Desde que surgiu essa oportunidade de ir para Europa, compartilhamos com a Acrimat, que contribuiu com opinião e dados técnicos, sempre sinalizando os riscos e trazendo a visão do pecuarista. Temos uma oportunidade de ter uma produção que conserva biodiversidade e de baixo carbono, mas precisamos do apoio do pecuarista, não pode haver exclusão de pessoas. Temos que ir juntos, debatendo e articulando com todos os integrantes da cadeia”.
PRÓXIMOS PASSOS – O Imac, organização que representa pecuaristas, indústrias frigoríficas e governo do Estado, vai formalizar um convite aos parlamentares da comissão de agricultura do Parlamento Europeu para que conheçam a pecuária mato-grossense in loco. O objetivo é que eles possam vivenciar a experiência das fazendas produtoras que integram produção e conservação, geram renda para as famílias e ainda contribuem para o desenvolvimento regional, visto que a pecuária está presente em todos os municípios do Estado e é formada em mais de 80% por pequenos e médios produtores.
Além disso, será implantado um plano de comunicação para levar informações reais sobre a produção agropecuária e sobre as oportunidades para melhorar ainda mais a sustentabilidade dentro do setor, por meio de assistência técnica, pagamento por serviços ambientais e parcerias comerciais.
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