Da primeira indústria de colheitadeiras do País, no interior do Rio Grande do Sul, para se tornar uma gigante nacional do agronegócio. Assim se resume a história da SLC Agrícola, ou Grupo SLC, dos idos de 1940 até hoje. Com o avanço na produção de grãos, especialmente da soja com recentes aquisições de terras em Mato Grosso, o mercado já projeta o grupo como o novo ‘Rei da Soja’, tirando do grupo Bom Futuro, de Erai Maggi, um título de mais de uma década.
De acordo com a consultoria independente Deloitte Touche Tohmatsu, as propriedades da SLC Agrícola foram avaliadas em R$ 6,9 bilhões, salto anual de 75% em relação aos R$ 3,9 bilhões contabilizados no ano passado. Os dados foram enviados ao mercado, na última terça-feira, por meio de um documento. O valor atual do hectare médio agricultável de propriedade da companhia corresponde a R$ 35.693.
O reconhecimento do mercado de que o título de ‘Rei da Soja’ tem novo dono vem de números da companhia que apontam que nesta safra, 2020/21, a área cultivada sai de 470 mil hectares para 660 mil hectares. A título de comparação, é como se toda área destinada à soja, em Sorriso (MT), pertencesse somente à SLC. Sorriso é o município com a maior área cultivada com a oleaginosa no mundo.
“É desse avanço que vem a perspectiva de que a SLC ultrapasse a Bom Futuro – que pertence aos irmãos Elusmar e Eraí Maggi – primos do ex-governador Blairo Maggi”. O grupo mato-grossense soma área de 530 mil hectares.
As avaliações, acrescentou a SLC, consideram apenas a terra nua, não contemplando prédios, instalações, benfeitorias e maquinário.
“A avaliação patrimonial tem o objetivo de estabelecer a quantia provável pela qual se negociaria voluntariamente e conscientemente o bem em questão (terras agrícolas), na data de referência, dentro das condições do mercado vigente”, completa.
Em 2021, a SLC conclui a incorporação da empresa Terra Santa, localizada em Mato Grosso, por R$ 753 milhões. Os acionistas da Terra Santa receberão as ações da SLC Agrícola e da nova empresa chamada Terra Santa Propriedades Agrícolas. De acordo com as premissas da operação, a Terra Santa irá arrendar por vinte anos suas terras, o total agriculturável soma 39 mil hectares, segundo a empresa.
A incorporação da Terra Santa Agropecuária trouxe um crescimento para a SLC Agrícola, acordo que fez com que ela se tornasse a Gigante do Agro com o maior volume de terra agricultável. Dessa forma, o ciclo de 2021/22 será o primeiro da SLC com a incorporação da Terra Santa.
Conforme o site institucional da companhia, a SLC Agrícola é produtora de soja, milho e algodão, além de trabalhar com o plantio de pastagem e criação de gado, fazendo a integração lavoura-pecuária. Também é detentora da marca SLC Sementes, que produz e comercializa sementes de soja e algodão. Foi uma das primeiras empresas do setor a ter ações negociadas em Bolsa de Valores, tornando-se uma referência no seu segmento. Com Matriz em Porto Alegre (RS), a Empresa possui 22 Unidades de Produção estrategicamente localizadas em sete estados brasileiros. Na safra 2020/2021, a produção totalizou cerca de 470 mil hectares plantados e a estimativa para a safra 2021/2022 é de 660 mil hectares.
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