Os mato-grossenses terão uma surpresa ao receberem a próxima fatura de energia elétrica. A partir desta sexta-feira (08.04), a conta ficará mais cara e terá um aumento de quase 9%.
Para a gerente financeira de uma empresa de Lan House localizada na região do Bairro Três Américas em Cuiabá, Elaine Cardinali, 53, o aumento na conta representa abuso e incoerência por parte da companhia de Energia Elétrica no bolso do consumidor comparado à renda do trabalhador nesse atual momento de crise econômica a qual o país enfrenta. Elaine acha que o reajuste tarifário não é coerente com a realidade socioeconômica da população brasileira, principalmente em Mato Grosso.
Elaine relatou a reportagem do site Mato Grosso Econômico que a fatura de energia costuma vir R$ 220, somente com o uso de aparelhos básicos e sem utilizar ar condicionado. Ela informou que na empresa onde trabalha a conta de energia vem em média R$ 5400 por mês.
“Acho um absurdo esse aumento, principalmente se olharmos a tributação inserida nas tarifas comparada a renda do trabalhador que sobrevive com um salário mínimo”, protesta Elaine.
Já para a empregada doméstica, Juliana dos Santos, 33, ela contou que desembolsa R$ 200 por mês para pagar a conta que na avaliação dela, já é alta comparada a outros estados brasileiros. “Sobe o salário mínimo, acaba afetando o preço de tudo. Acho abusivo o aumento de quase 9%”, desabafa a moradora do Bairro Paiaguás que sobrevive com um salário mínimo.
A Energisa em Cuiabá informou ao site Mato Grosso Econômico que o reajuste é anual e é o primeiro e único do ano. O aumento é regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Os clientes de Baixa, Alta e Média Tensão, são respectivamente, os de residências onde o aumento será de 9,11%, para os de Alta tensão (indústrias) o reajuste será de 7,58%, o efeito médio será de 8,6% tanto para os consumidores de Baixa quanto de média e alta tensão.
A prestação do serviço de Distribuição de energia elétrica pela Energisa Mato Grosso representou 2,66% do reajuste, o valor ficará para cobrir os custos da empresa ao longo dos próximos 12 meses. Uma vez que o próximo reajuste será em 2017.
Conforme cálculo da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) os custos de compra de energia elétrica responderam por 1,39% do valor total do reajuste. A compra de energia elétrica das termoelétricas – cujo custo é mais alto – foi a principal razão do aumento desta parcela.
Mato Grosso possui hoje 1,2 milhão de unidades consumidoras localizadas em 141 municípios. "Ao calcular o reajuste, a Agência considera a variação de custos que a empresa teve no ano. O cálculo inclui custos típicos da atividade de distribuição, sobre os quais incide o IGP-M, e outros custos que não acompanham necessariamente o índice inflacionário, como energia comprada, encargos de transmissão e encargos setoriais", declarou a ANEEL à reportagem. No período, a variação do IGP-M foi de 11,56% e do IPCA de 9,51%.