A falta de trabalhadores aptos para ocupar vagas de emprego nas empresas de Mato Grosso foi tema debatido durante reunião realizada pela Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), com entidades representativas de diversos setores. O Estado tem hoje um dos menores índices de desemprego do país, está crescendo economicamente e abrindo mais postos de trabalho, mas as empresas encontram dificuldades para preencher essas vagas.
“A Fiemt convidou todas as instituições do setor produtivo de Mato Grosso e também setores públicos para reiniciar esse debate e resolver esse gargalo. Mato Grosso é um dos estados que mais cresce no país, temos muitas oportunidades de emprego, mas não temos pessoas o suficiente, ou, prontas para o trabalho. É importante trabalharmos com planejamento, no curto, médio ou longo prazo, envolvendo também o governo do Estado e prefeituras na busca de soluções”, pontuou o presidente da Fiemt, Silvio Rangel.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) copilados pelo Observatório da Indústria da Fiemt mostram que no Estado há 71 mil pessoas desocupadas. O gerente do Observatório da Indústria da Fiemt, Pedro Máximo, ressalta que é observado um decréscimo de cerca de 30% na quantidade de desocupados, levando em conta que no início de 2022 somavam 104 mil pessoas.
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“Quando a gente olha para a informalidade é notado certa estabilidade. Do total de 1,7 milhão pessoas que estão no mercado de trabalho em Mato Grosso, 643 mil pessoas estão na informalidade. Mato Grosso vive hoje o que chamamos o pleno emprego. Hoje, 3,8% da população estão procurando emprego, significa que quem está procurando emprego, não necessariamente está desocupado”, explicou.
Silvio Rangel destacou que as entidades do Sistema S e também, prefeituras e o governo de Mato Grosso já têm feito um trabalho capacitar pessoas para novas funções de trabalho, mas que também é preciso uma estratégia para que mais pessoas venham para o Estado. “Precisamos de estratégias para atrair mais pessoas de outros lugares para cá, com comunicação e oferta de habitação, segurança, saúde de qualidade. Mato Grosso é um Estado bom para se viver, terra de oportunidades e precisamos mostrar isso”, afirmou.
Conforme dados do Caged, o Estado gerou 57.354 novos postos de trabalho no ano de 2022 conquistando a 6º melhor performance no país na variação de saldos de empregos gerados.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá), Celio Fernandes, destaca que “os avanços da tecnologia têm gerado novos tipos de empregos exigindo outras áreas de conhecimento, diferentes das ofertas de trabalho em empresas tradicionais e com isso, tem faltado mão-de-obra em muitas empresas que tem vagas, mas não conseguem preencher”, disse Fernandes.
Conforme o presidente da CDL Cuiabá ainda, esse é um problema que vem crescendo no Estado e o objetivo é buscar soluções que incentivem as pessoas que precisam de uma vaga de emprego a se qualificarem. Outro ponto discutido foi o dos trabalhadores que atuam na informalidade.
“A informalidade também tem sido um fator que contribui para que as pessoas não busquem oportunidades em empresas e isso prejudica inclusive o trabalhador, que tem mais dificuldade a acesso a créditos, a direitos como trabalhador, principalmente em relação à Previdência. Então, também precisamos fazer com que essas informações, orientações cheguem a todos”, finalizou Fernandes.