Se por um lado os preços para saca da soja estão em níveis históricos, por outro, o mesmo dólar que impulsiona as cotações também é o que eleva os preços dos insumos, especialmente àqueles dos quais não se pode abrir mão, como fertilizantes e corretivos.
Conforme atualização dos dados realizada na semana passada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o custo de produção da soja 2022/23 deve ficar 54,85% mais caro, em Mato Grosso, atingindo uma nova marca histórica na série histórica da soja mato-grossense.
Essa primeira estimativa de custo de produção aponta que em relação à safra 2021/22, o valor médio a ser desembolsado pelo produtor, caso o plantio começasse hoje, seria de em R$ 4.547,31 por hectare (ha), o que aponta alta de mais de 54% na comparação entre as duas safras. Os analistas do Imea pontuam que fertilizantes e corretivos registram a maior alta (+96,04%).
Com aumento do dólar e insumos, entidades recomendam aos produtores uso da ‘poupança do solo’
“Essa valorização foi puxada, sobretudo, pelos macro (+103,20%) e micronutrientes (+31,97%), que registraram alta em função da baixa disponibilidade mundial, além da valorização da moeda norte-americana ante ao real, uma vez que grande parte dos produtos é importada e cotada em dólar”, explicam os analistas.
Além dessas altas, foi observada majoração sobre as sementes de soja – elevação (+65,84%) – reflexo do aumento da saca de soja durante a safra, bem como o crescimento da demanda pelo insumo.
Para tentar amenizar os impactos desse investimento, os analistas recomendam que os produtores se atentem ao melhor momento para travar seus insumos, a fim de garantir a manutenção da rentabilidade da lavoura.