O Sindicato das Indústrias da Construção de Mato Grosso (Sinduscon-MT), apresentou na última quarta (05) o censo imobiliário de Cuiabá e Várzea Grande, no auditório da entidade, localizado na capital do estado.
O estudo revela que os estoques das unidades habitacionais estão baixos e pode representar um momento para as construtoras analisarem possíveis investimentos. Cuiabá está com uma disponibilidade de 19,6% e Várzea Grande 15,8%, considerando os empreendimentos verticais residenciais. Já o formato residencial horizontal, em Cuiabá, o estoque é de 6,2% e em Várzea Grande é de 12,3%, números considerados baixos para suprir o déficit habitacional dos municípios.
“Uma disponibilidade sadia de mercado pode chegar a um estoque de até 30% [índice de unidades ofertadas gerais à população]”, afirma ao Mato Grosso Econômico o coordenador da pesquisa da Brain (Bureau de Inteligência Corporativa), Guilherme Werner.
Werner disse ainda, que até o fim deste ano, há uma previsão de reduzir para 15% o estoque em Cuiabá caso não haja lançamentos e as vendas continuem acontecendo num ritmo normal. “A demanda por imóveis sempre vai existir, mas temos que ver como será a demanda dos próximos lançamentos para analisar o comportamento e os indicadores do mercado”, disse.
O consultor ressaltou a importância do estudo. “A pesquisa traz benefícios ao mercado imobiliário, fomentando a classe empresarial e entidades representativas, auxiliando nas tomadas de decisão, que se tornam mais assertivas na elaboração de produtos compatíveis com o que o mercado espera”, avalia.
De acordo com o consultor da Brain o mercado imobiliário de Cuiabá em comparação com outros mercados no Brasil foi o que menos sofreu com a conjuntura econômica que o país enfrenta. Um dos motivos é o fato de Mato Grosso ter o agronegócio ajudando a economia se movimentar.
O presidente da Comissão da Indústria Imobiliária (CII), Paulo Bressen, declarou que existe uma demanda de compra no mercado imobiliário de Cuiabá e Várzea Grande.
“Estamos enxergando uma necessidade de compra das pessoas, mesmo o país estando em crise. Os consumidores estão querendo comprar para suprir as necessidades de suas famílias. Percebemos que os negócios não têm acontecido na velocidade e no volume que gostaríamos, porém, tem acontecido”.
Segundo o Bressen, a crise fez com que as pessoas ficassem preocupadas em não querer investir em um compromisso de longo prazo, temendo a um financiamento de 30 anos, mas, atualmente essas inseguranças estão começando a diminuir, e que isso deve melhorar o mercado.
“Estamos otimistas em realizar as vendas! As pessoas estão procurando fechar negócios. No ‘Feirão da Casa Própria’, realizado no último dia 21 de junho, tivemos uma grande procura e os consumidores estão necessitando de moradia. O mercado atualmente tem oferta para todas as faixas de renda, desde o ‘Minha Casa Minha Vida’ até os residenciais de luxo, sendo que todas as categorias estão com flexibilidade de negociação”.
O presidente do Sinduscon-MT, Júlio Flávio de Miranda, disse à reportagem que o estudo encomendado é importante para a economia mato-grossense, pois subsidia o setor imobiliário para realizar investimentos no mercado com mais clareza da oferta e demanda. “Quem analisar a pesquisa verá que o estoque está baixo em todas as categorias, incluindo residenciais e comerciais e isso demonstra que há espaço para possíveis lançamentos”, afirma. A retomada gradual da economia refletida na queda da inflação, juros menores, diminuição de desemprego e maior expectativa de consumo representam aspectos favoráveis ao mercado, segundo o presidente, que lembrou também, do sucesso de vendas do último feirão de imóveis realizado no mês passado em Cuiabá.
Com relação à crise política que o país enfrenta, Júlio acredita que o pior já passou. “O que tinha que ser atrapalhado pela crise política e econômica já passou nos últimos dois anos. Estamos tendo uma melhora no cenário e a tendência é melhorar cada vez mais”, disse.
Resultado geral da pesquisa
A pesquisa realizada pela Brain mostrou que em maio de 2017, Cuiabá apresentou um total de 84 empreendimentos residenciais, 8 comerciais e 25 horizontais disponíveis para a venda.
A oferta final residencial fechou em 2.562 unidades e a oferta comercial em 231 unidades. O preço médio do m² residencial fechou o mês em R$ 5.342,00. Já o comercial a média do m² registrado até o momento é de R$ 9.755,00.
Em Várzea Grande foram identificados 9 empreendimentos residenciais e 8 horizontais, disponíveis para vendas. Não foram encontrados empreendimentos comerciais no município.
A oferta final residencial fechou em 408 unidades e a oferta final horizontal em 378 unidades. O preço médio do m² residencial fechou o mês em R$ 3.479,00.
Para saber mais informações sobre a pesquisa envie email para [email protected] ou ligue (65) 3041-4143.