As exportações de milho em junho de 2023 atingiram 1,03 milhão de t contra o observado em maio (um montante de 0,38 milhão de t) e acima do ocorrido no mesmo período do ano passado (0,99 milhão de t), fruto da ocorrência de negociações antecipadas. A informação é do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A maior parte do cereal movimentado até o momento teve como origem Mato Grosso, maior produtor nacional de milho.
As informações divulgadas atribuem este movimento aos prêmios de exportação que estão subindo rapidamente no mercado brasileiro, com valores maiores previstos para o final do ano, em razão do atraso na colheita sul-americana e também por conta das chuvas das últimas semanas. Estima-se que a atual colheita da segunda safra do milho paraguaio será a mais atrasada em onze anos.
Em relação aos preços dos fretes, outro tópico abordado pelo boletim, em Mato Grosso, a projeção reportada pelas fontes em maio, para o mês de junho, foi confirmada. Assim, com o avanço da colheita do milho se consolidando, a demanda por frete se aqueceu e o preço teve ligeira alta em quase todas as praças e destinos.
Apesar do preço do milho atualmente estar aquém das expectativas do produtor, contratos da commodity foram firmados no passado, quando os preços pagos aos produtores eram superiores ao que está sendo praticado no atual cenário e, esse aquecimento no preço dos fretes rodoviários é fruto desses contratos que, à medida que a safra vai sendo colhida, as entregas são realizadas, movimentando o setor. “Estima-se que o preço continue aquecido nos próximos meses, na medida em que as transações de exportações do milho, algodão e da soja forem acontecendo, atentando-se para safra 2023/24, que terá início em setembro, com o provável início do plantio da soja e demais culturas de primeira safra, em importantes regiões produtoras”, apontam os analistas da Conab.
Em razão do pico de colheita e a necessidade de escoar o milho, os fretes em Mato Grosso apontam altas de até 21% na comparação anual e de até 10% na comparação mensal. Como exemplos estão as rotas, Rondonópolis (MT) a Santos (SP), cujo frete por tonelada passou de R$ 340 para 410, na comparação entre de junho do ano passado com igual momento desse ano, variação de 21%. Houve alta anual de 17% no trecho Primavera do Leste (MT) a Santos (SP), que passou de R$ 380 para R$ 445. Na comparação maio a junho deste ano a maior variação está na rota Sorriso (MT) a Alto Araguaia (MT), cujo frete por tonelada de milho passou de R$ 195 para R$ 215, +10%.
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Já no Mato Grosso do Sul, o mercado de frete dos grãos com destino à exportação e mercado interno ficou concentrado no escoamento da soja, uma vez que a colheita do milho segunda safra ainda não apresentou volumes significativos neste período.
Em Goiás, na região de Rio Verde, as principais demandas continuam sendo por fretes para os portos de Santos e Guarujá (Baixada Santista). No Distrito Federal, na comparação com o mês anterior, os preços dos fretes em junho oscilaram entre recuos e manutenções, na maioria das praças pesquisadas.
No Paraná, por sua vez, os preços dos fretes para milho apresentaram variação positiva, em função do início das colheitas deste grão. A Bahia registrou, em junho, tanto estabilidade quanto alta nas cotações dos fretes. No Sealba a demanda por fretes reduziu, provocando a estabilidade nas cotações. Para o Piauí, o mercado de fretes apresentou aumento nos preços com destino a São Luis/MA, variando em torno de 10% em relação a maio deste ano.
FERTILIZANTES – Em 14 de junho, foi realizada a inauguração do novo corredor de importação de fertilizantes do Arco Norte no Porto do Itaqui, em São Luís/MA. O projeto conta com investimentos de cerca de R$ 400 milhões, com capacidade para movimentar até 1,5 milhão por ano t do insumo, suprindo a demanda crescente por fertilizantes na região do Arco Norte do País.
De acordo com o Boletim, a empresa Mosaic Fertilizantes prevê investir em uma unidade de mistura, armazenagem e distribuição a ser instalada no Terminal Integrador de Palmeirante – TIPA. Essa operação consiste no carregamento no Porto do Itaqui de composições ferroviárias da VLI Logística até a recém-estrutura construída para recepção, armazenagem e expedição de fertilizantes no terminal integrador de Tocantins (também de propriedade da VLI). A projeção é para a criação de um polo industrial no terminal, com área aproximada de 230 hectares.