Dados atualizados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que as exportações mato-grossenses de milho tiveram o pior saldo, em volume físico, dos últimos três anos para o mês de abril.
Com base na Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras de milho totalizaram 64,11 mil toneladas, volume 84,97% inferior ao que foi observado no mesmo período de 2023. Em Mato Grosso, o principal produtor do cereal do país, enviou ao exterior um total de 9,21 mil toneladas de milho em abril, o que representa uma redução de 95,93% no comparativo com março.
“Esses menores volumes exportados de milho em abril são comuns neste período do ano, já que os terminais nos portos estão voltados para a soja, devido ao período de entressafra do cereal. Entretanto, em abril foram registrados os menores níveis dos últimos três anos, justificados pela saída repentina do principal importador dos últimos meses, a China. Por fim, com a entrada da nova safra nos próximos meses, é esperada que as exportações retomem aos níveis observados dos últimos anos e voltam a protagonizar a movimentação nos portos”.
MERCADO – O Imea destaca que a comercialização de milho para a safra 2022/23 segue atrasada em relação à média dos últimos cinco anos e da safra passada. Em abril, os negócios alcançaram 96,97% da produção total, avanço de apenas 0,91 pontos percentuais (p.p.) ante o mês anterior. “Apesar do aumento de 5,08% no preço médio, isso não foi o bastante para estimular as novas vendas desta safra, uma vez que os produtores estão focados na safra 202/24. Para o ciclo 2023/24, as negociações chegaram a 33,33% da estimativa de produção, avanço de 7,71 p.p. ante março. Esse aumento no interesse por novas vendas é resultado da alta nos preços e das perspectivas mais favoráveis para a produção”, destacam os analistas do órgão.
Ainda conforme os técnicos, mesmo com esse acréscimo mensal, a comercialização está atrasada em 28,58 p.p. em relação à média das últimas cinco safras. Quanto ao ciclo 2024/25, apenas 1,60% da produção estimada foi vendida, avanço de 0,63 p.p. em abril ante março. “Desse modo, a comercialização continua sendo a mais atrasada da série histórica”, frisam os analistas.