As exportações mato-grossenses do agronegócio registram no período de janeiro a novembro receita de US$ 19,66 bilhões, cifras 18,14% acima do contabilizado em igual momento do ano passado. Com o saldo positivo, o Estado – que é o maior produtor nacional de grãos e fibra e detentor do maior rebanho de bovinos – se mantém líder entre os grandes estados exportadores e sozinho participa com 17,77% do total faturado pelo Brasil.
O complexo soja – grãos, óleo e farelo – segue como destaque da pauta estadual, responde por 65% de toda receita gerada nesses onze meses. O milho ocupa o segundo lugar, representando 12,52%, o algodão tem participação de 10,54% e as carnes, 9,50%.
Apesar do bom desempenho anual do Estado, a saída da China do mercado importador de carnes do País, fez com que o faturamento de novembro, no Estado, despencasse, trazendo Mato Grosso para o terceiro lugar, atrás de São Paulo e Paraná. No mês passado a pauta local somou receita de US$ 1,02 bilhão, bem abaixo do registrado em igual momento do ano passado, US$ 1,27 bilhão.
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No País, as exportações do agronegócio somaram US$ 8,36 bilhões em novembro, recorde para o mês, conforme dados divulgados pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O resultado positivo ocorreu em função dos elevados preços médios dos produtos exportados pelo Brasil. O índice de preço desses produtos foi 22,3% superior ao observado em novembro de 2020. Por outro lado, o índice de quantum apresentou queda de 12,7% no mesmo período analisado.
O recorde anterior para os meses de novembro foi registrado em 2011, quando as vendas externas foram de US$ 8,31 bilhões.
De acordo com os analistas da SCRI, o principal destaque do mês foi a soja em grão, com incremento de 80,2% em quantidade, alcançando 2,6 milhões de toneladas no mês analisado. Os preços tiveram incremento de 38,7%, resultando em embarques de US$ 1,32 bilhão (+150%). A China foi o principal país importador da oleaginosa, alcançando 86,2% de todo o volume exportado, com 2,2 milhões de toneladas.
Conforme os analistas, dois fatores são fundamentais para explicar o resultado favorável: atraso no plantio e colheita da soja, em função de condições climáticas adversas, e safra recorde da oleaginosa (137,3 milhões de toneladas em 2020/2021). Desta forma, as exportações do grão foram postergadas em 2021, e, em função do recorde de safra, ainda há grãos para a venda externa neste final de ano. Outro fator é a alta do preço médio de exportação do grão: US$ 511/tonelada (+38,7%).