A importância da união de esforços para que Mato Grosso avance seu status sanitário para ‘livre sem vacinação’, foi o foco das discussões do 4º Fórum Estadual de Vigilância contra a Febre Aftosa em Mato Grosso, realizado no último dia 30. Existe uma grande necessidade em se fortalecer o serviço de defesa sanitária animal para que todo o Estado alcance o status de livre de febre aftosa sem vacinação. Mato Grosso está há 25 anos sem registro da doença e da circulação do vírus, sendo reconhecido internacionalmente como zona livre de febre aftosa com vacinação.
Mato Grosso é o detentor do maior rebanho de bovinos do Brasil, conforme já noticiado pelo Mato Grosso Econômico, contabilizando quase 32 milhões de cabeças, dados atualizados no mês passado, pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT).
“Com o novo status sanitário que almejamos, poderemos acessar novos mercados, engrandecendo ainda mais esta cadeia produtiva que já é extremamente forte em nosso Estado. Nós, produtores rurais, já demonstramos nesses últimos 25 anos que somos capazes. Com a sanidade do nosso rebanho, a qualidade dos nossos produtores e técnicos envolvidos vamos conseguir com tranquilidade, atingir esse status e seremos protagonistas desse momento histórico para o mercado agropecuário brasileiro”, disse Normando Corral, presidente do Sistema Famato.
No painel que trouxe o questionamento “Vacinar até quando?”, o diretor do Departamento de Saúde Animal e Insumos Pecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Geraldo Marcos de Moraes, reforçou que a luta contra a febre aftosa no País está sustentada em uma importante característica: a participação conjunta dos setores público e privado na definição das melhores estratégias e ações a serem adotadas.
Um dos componentes principais do Plano Estratégico 2017-2026 do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa em Mato Grosso (PNEFA-MT) é a interação e comunicação com a sociedade, em especial os produtores rurais. “Estamos na última etapa de erradicação da febre aftosa, que coincide com a suspensão da vacinação. Essas discussões com o setor produtivo harmonizam as informações e abrem espaços para que possamos escutar e ver todos os pontos de vista para a melhor política pública possível”, argumentou Moraes.
Ao falar sobre o tema “Zona Livre de Febre Aftosa sem vacinação! E agora?”, o presidente da Agência de Defesa Sanitária Agrossilvipastoril de Rondônia (Idaron), Júlio Cesar Rocha Peres, explicou que o reconhecimento também impõe desafios e, portanto, será necessário manter o rigor nos cuidados sanitários. Neste caso, segundo ele, o produtor rural terá papel ainda mais importante para garantir a manutenção desse novo status sanitário. “O produtor rural, que sempre esteve engajado nas ações desenvolvidas pelos setores públicos e privados continuará a ter grande importância na prevenção de doenças”, salientou.
Júlio César destacou também a importância do compartilhamento de responsabilidades, tanto do setor público como privado, para a prevenção da aftosa e a utilização de tecnologias a favor da defesa sanitária animal. “A tecnologia somada aos demais equipamentos e infraestrutura para o desempenho do trabalho realizado pelos servidores dos órgãos de sanidade animal, nas atividades de campo, garantem maior efetividade e eficiência nas operações voltadas à proteção dos rebanhos e na manutenção do status sanitário”.
João Marcelo Brandini Néspoli, fiscal do Indea/MT, falou dos desafios da equipe gestora no cumprimento do Plano Estratégico 2017-2026, em Mato Grosso, e as questões técnicas e estruturais dos serviços veterinários no Estado. “Com responsabilidade e segurança estamos trabalhando para alcançar a excelência necessária para a suspensão da vacinação”, assegurou Néspoli.
MERCADO – Em relação ao mercado internacional, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, trouxe dados das exportações brasileiras de carne bovina que apresentaram aumento de 2,2% no faturamento entre janeiro e maio de 2021, somando US$ 3,2 bilhões em comparação com o mesmo período do ano passado.
Conforme o dirigente, a China segue como o principal destino das exportações de carnes, tendo somado 317.081 toneladas embarcadas entre janeiro e maio, um aumento de 10,4% em relação as 287,2 mil toneladas embarcadas nos primeiros cinco meses do ano passado. O faturamento no período cresceu 5,4% e fechou em US$ 1,5 bilhão.
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