Mais uma planta frigorífica de Mato Grosso está habilitada para exportar carne bovina. Desta vez, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) habilitou a unidade Marfrig localizada em Tangará da Serra, a 242 quilômetros ao médio norte da Capital. A unidade localizada em Várzea Grande, também no Estado, ganhou mais um mercado consumidor: o Canadá.
De acordo com a multinacional, a habilitação concretiza seu plano de expansão no mercado internacional. O Mapa autorizou cinco novas plantas da Marfrig para exportar carne bovina em 2023, sendo três para Indonésia, uma para o Canadá e uma para Singapura.
“As unidades localizadas em Chupinguaia em Rondônia, Tangará da Serra em Mato Grosso, e Promissão, em São Paulo, são as primeiras da companhia autorizadas para o embarque de proteína animal bovina para a Indonésia”, anunciou a assessoria da multinacional.
Em 9 de janeiro, o Mapa divulgou a habilitação da planta em Bagé, no Rio Grande do Sul, para exportar produtos in natura para Singapura. Já em 26 de dezembro de 2022, a unidade em Várzea Grande, em Mato Grosso, recebeu a autorização para exportar carne bovina ao Canadá.
Segundo o diretor de Exportação da Marfrig, Alisson Navarro, a novidade chega em um momento de relevância para o segmento. “O Brasil está na lista dos principais países exportadores que atendem aos rígidos protocolos exigidos no mercado externo. Indonésia, Canadá e Singapura fazem parte do nosso plano estratégico e possuem grande relevância, tanto pela atividade econômica quanto pela importância dos mercados.”
Navarro afirma ainda que o aquecimento do setor no mercado internacional é favorável para estreitar ainda mais a relação da companhia com novos países. “Este é, sem dúvidas, um importante passo para a Marfrig”.
Nessa semana, o MT Econômico mostrou que as exportações mato-grossenses de carne bovina, em 2022, atingiram o maior patamar da série histórica. De acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e analisados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), foram movimentadas 605,44 mil toneladas equivalente de carcaça (TEC). Já a receita alcançou cerca de US$ 2,75 bilhões, acréscimo de 59,31% no comparativo anual.
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“Em função da mudança nos hábitos alimentares, a China se manteve com forte demanda pela proteína bovina e continuou na liderança do ranking das exportações mato-grossenses, com o share {mercado} de 64,12%”.
Ainda conforme o Imea, apesar da forte pressão nas cotações do boi gordo – o indicador fechou a média anual com redução de 4,09% ante a 2021 – “o ano de 2022 foi um marco para as exportações de carne bovina brasileira”.
O volume total de proteína bovina exportada pelo País foi 25,23% maior que em 2021. Em números, o incremento foi de 553,19 mil TEC.
De acordo com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), 75% do abate realizado no Estado são de animais com idade abaixo de 36 meses, muito próximo ao boi de 30 meses da China. Conforme a entidade, Mato Grosso se adaptou muito rápido à situação de exportação chinesa. “Estamos produzindo mais, em menos espaço, com menos tempo e com uma carcaça mais pesada. E a nossa produção de carne é crescente e hoje é a maior do país. Também o nosso animal abatido é o mais pesado do Brasil e mundialmente fica em terceiro lugar. Existem 32 plantas frigoríficas, com destaque para Marfrig, JBS e Minerva”.
DA PORTEIRA PRA DENTRO – Há em Mato Grosso 406 propriedades com animais rastreados e aptos para exportação aos países mais exigentes, como os integrantes da União Europeia. O Estado tem o maior rebanho rastreado dentro do Sistema Brasileiro de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (Sisbov), do Mapa.
Os frigoríficos pagam um preço mais alto pela arroba de um animal rastreado do que o não inscrito no SISBOV.
No Brasil, há 1.335 propriedades inscritas no SISBOV, ou ERAS, como são conhecidas. Quase um terço delas (30%) estão concentradas em Mato Grosso, isto é, fazendas com animais rastreados.
O Estado tem cerca de 33 milhões de cabeças e algo em torno de 5,7 milhões estão no SISBOV. Os animais rastreados são, em sua maioria, nelore ou cruzamento com a raça.