Alegando atraso de 2 meses dos repasses feito pelo governo do Estado, os hospitais filantrópicos de Cuiabá fazem paralisação de 24 horas na quinta-feira (10).
Caso o governo não faça os repasses até dia 13 de março, eles entraram em greve no dia 14.
Segundo a presidente da Federação de Hospitais Filantrópicos de Mato Grosso, Elizabeth Meurer, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) já está com a verba em caixa desde o dia 12 de janeiro, isso é referente os serviços de média e alta complexidade e até o momento não foi feito o repasse para os hospitais.
“Há dois meses a verba, não é depositada pela SMS, o que totaliza a dívida em R$ 24.972.672,84. Além de demorar a fazer o repasse, os hospitais trabalham com a defasagem da tabela do SUS, o que deixa a situação ainda pior", lamenta Meurer.
Elizabeth destaca que a saúde pública além de ser subfinanciada, os hospitais têm que ficar brigando e cobrando a SMS e a Secretaria Estadual de Saúde, um direito que já está em contrato. "Queremos uma solução para estes problemas, porque todo o ano é a mesma coisa e quem sai perdendo é a população que necessita de atendimento pelo SUS", desabafou.
O diretor do Hospital Santa Helena, Marcelo Sandrin, comenta que os hospitais precisam de uma solução para este problema. Porque não tem mais como fazer empréstimos para arcar com as despesas. "Os fornecedores não querem mais vender sem a garantia de receber. Se o governo não reverter esta situação vamos fechar as portas, porque já ultrapassamos o nosso limite".
A presidente do Hospital Geral Universitário (HGU), Flávia Silvestre informa que o caso do hospital está ainda pior, porque tem 1 ano e 2 meses que a SES não repassa a complementação para a realização de cirurgias cardíacas abertas e o valor já passa mais de R$ 1 milhão.
"Não temos como dar continuidade neste serviço, porque precisamos comprar materiais, pagar fornecedores e os honorários médicos. O Estado fez uma complementação equivalente a meia tabela do SUS e de acordo com a produção. Realizamos em média 10 cirurgias/mês. E até hoje a SES não pagou o débito".