Não há dúvida de que o Brasil é polo mundial na produção agropecuária. Oportunidades não faltam para que o país aumente as exportações para os principais parceiros comerciais até 2030. Dados divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) dia 07/10, na Live de lançamento do Outlook 2030, apontam que Mato Grosso terá papel fundamental na expansão da produção nacional por meio dos 14,13 milhões de hectares de áreas de pastagem que podem ser convertidas em agricultura.
Para o superintendente do Imea, Daniel Latorraca, a projeção de crescimento de produção agropecuária para os próximos 10 anos é significativa, levando em conta que Mato Grosso é o maior produtor de carne bovina do país, além de liderar a produção nacional de soja, milho e algodão.
Para milho são esperadas 67,14 milhões de toneladas (t), o que representa um crescimento de 91,5% sobre o volume colhido na última temporada (35,050 milhões t) – superior à produção de soja para os próximos 10 anos.
No caso da soja, a expectativa é alcançar 58,45 milhões t até 2030, o que corresponde ao aumento de 65,9% sobre a quantidade colhida na safra 2019/2020.
Para a cotonicultura é esperado um recorde de crescimento da produção da pluma de algodão, com alta de 103,5% e volume total de 3,72 milhões t na safra 2029/2030 ante a 2019/2020.
Pecuária – Os pecuaristas também podem ficar otimistas, pois a oferta da carne bovina para o mercado consumidor pode chegar a 2,13 milhões t em 2030, sendo 39,3% acima do volume atual de 1,530 milhão t.
Na liderança deste setor está a suinocultura, com um crescimento expressivo estimado em 65,8% e a produção de 443,09 mil t, ante 267,170 mil t em 2020. Seguida da produção de frango que pode chegar a 934.03 mil t em 2030, sendo 65% acima das 565.860 mil t produzidas atualmente.
Para o gestor do Imea, Rondiny Moreira, além da estimativa de melhora na produtividade agrícola e pecuária, há espaço para aumentar a ocupação de áreas de pastagens através do plantio da soja na primeira safra.
As projeções foram feitas de acordo com as sete macrorregiões do Imea: Nordeste, Médio-norte, Sudeste, Centro-sul, Noroeste e Oeste do estado, levando em conta temas importantes como o cenário macroeconômico e os impactos da COVID-19 em Mato Grosso.
Durante a Live, além das projeções de expansão da produção agropecuária, o Imea apontou alguns desafios para os próximos 10 anos, como os gargalos de conectividade, a qualidade da logística, os custos de transporte e o tempo de condução até os portos. Foi apontada a necessidade da construção e conclusão de obras estruturais, entre elas os modais ferroviários FICO, Ferrogrão e Ferronorte.
Para a analista Monique Kempa, nos próximos 10 anos Mato Grosso terá grandes oportunidades de crescimento: "Aualmente somos os maiores produtores de soja, milho, pluma de algodão e também de carne bovina. As perspectivas são otimistas até 2030. Podemos ampliar ainda mais essa participação, e os principais vetores que devem possibilitar isso serão o aumento do consumo de alimentos, principalmente do mercado dos países emergentes e do setor de biocombustíveis. E para que isso aconteça vai ser importante que Mato Grosso fomente as exportações e consiga os investimentos previstos para a infraestrutura logística e tecnologia".
A Live foi mediada pelo gestor de Inteligência de Mercado, Cleiton Gauer. Para assisti-la acesse: https://www.youtube.com/watch?v=net7wh9bxbI.
O "Imea Outlook 2030", materiais da temporada 20/21 e o novo programa de parcerias do instituto estão disponíveis na plataforma Imea Digital. Os interessados podem acessar o conteúdo e/ou fazer parcerias por meio de cadastro neste link: https://portal.imea.com.br/#/login.
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