Em novembro, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) revisou a demanda por soja mato-grossense para as safras 2023/24 e 2024/25. Para a safra 2023/24, a principal alteração foi nas exportações, que tiveram uma redução significativa no ritmo de escoamento no segundo semestre, devido à menor disponibilidade da oleaginosa no estado.
Assim, a previsão de envios ao exterior foi ajustada para baixo em 3,51% em relação à previsão de outubro, ficando projetada em 24,96 milhões de toneladas (t). Além disso, para os demais estados, a demanda foi estimada em 2,47 milhões t, representando uma queda de 53,48% ante a safra anterior.
Em relação à safra 2024/25, o ajuste se deu no consumo interno de Mato Grosso. O levantamento realizado com as indústrias sobre a intenção de esmagamento para 2025 indicou um alta na projeção de consumo, agora estimado em 12,77 milhões t, representando um crescimento de 0,47% em comparação com o relatório anterior. “Os estoques finais também foram revistos, exibindo uma redução de 18,40% ante o relatório anterior, e sendo projetados em 0,24 mi t, o segundo menor desde a safra 2021/22”, apontam os analistas do Imea.
SAFRA MANTIDA – Em Mato Grosso, as chuvas de outubro foram mais intensas em comparação com setembro, especialmente a partir da segunda quinzena do mês. Dessa forma, a maior parte do estado registrou volumes entre 60 e 120 mm acumulados nos 30 dias, segundo o NOAA.
O atraso das precipitações influenciou a postergação do início da semeadura da soja para a safra 2024/25, no qual os trabalhos no campo apresentaram um ritmo lento no começo e só mostraram grandes evoluções nas últimas duas semanas de outubro. Assim, até sexta-feira (01/11), a semeadura no estado alcançou 79,56% dos 12,66 milhões de hectares estimados, representando um atraso de 3,76 pontos percentuais (p.p.) em relação à safra passada.
“Com o avanço semanal, o ritmo da semeadura fechou próximo à média dos últimos cinco anos. Em relação ao rendimento, ainda é cedo para definir o cenário produtivo, uma vez que o fator climático permanece incerto em Mato Grosso, o que impede uma projeção precisa da produtividade no estado”, explicam os analistas.
Diante disso, a estimativa de produtividade continua projetada em 57,97 sacas por hectare, um incremento de 11,15% em comparação com a safra anterior. Vale ressaltar que o grande volume semeado nas últimas duas semanas de outubro, corresponde a mais de 54% (6,90 milhões de hectares) da área total projetada de soja para o estado, o que gera preocupação com a concentração de área na colheita, caso os produtores não tenham feito uma distribuição adequada entre os ciclos da cultura (precoce, médio e tardio).
Com a manutenção da área e da produtividade, a produção da safra 2024/25 foi estimada em 44,04 milhões de toneladas, aumento de 12,78% em comparação com a safra anterior.
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