O modelo de produção sustentável da indústria mato-grossense está alinhado com o processo de descarbonização da economia e as necessidades globais sobre o tema. A reciclagem de embalagens de defensivos agrícolas na fabricação de matéria-prima para os setores produtivos foi o case de sucesso apresentado pela Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) durante a Conferência do Clima (COP-26), em Glasgow, na Escócia.
Como em Mato Grosso a produção agrícola requer a utilização crescente de agroquímicos, há quase duas décadas a empresa cuiabana Plastibras investiu em tecnologia e logística para reciclar as embalagens desses produtos e inibir um passivo ambiental. Desde 2013, a indústria transforma esse material em dutos corrugados que são utilizados em larga escala em obras de infraestrutura, nos setores de energia elétrica, telecomunicações e edificações comerciais e residenciais.
Nessa semana, o exemplo mato-grossense de reciclagem foi apresentado ao mundo como um dos cases de sucesso durante o painel sobre economia circular no “Dia da Indústria’, no pavilhão Brasil-Glasgow, na COP-26. Ainda durante a programação, as multinacionais Braskem e Unilever, além do Senai CETIQT, também mostraram algumas de suas iniciativas.
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“Uma indústria, independentemente de seu tamanho, pode resolver grandes problemas. E como as adversidades globais e locais são desafios para os empreendedores, a Plastibras também é um exemplo de como é possível contribuir com a descarbonização. Para isso, é necessário ter uma gestão em que os critérios sociais e ambientais estejam equilibrados com as questões econômicas”, destacou Gustavo de Oliveira, presidente da Fiemt, durante a apresentação na COP-26.
OPORTUNIDADES PARA MATO GROSSO – Diversos debates durante a COP-26 giram em torno da descarbonização da economia. Nesta agenda, estratégias divulgadas por algumas empresas são favoráveis ao cenário econômico de Mato Grosso como, por exemplo, a redução de investimento em combustíveis fósseis e o futuro da mobilidade urbana.
“Nossa produção de biodiesel e etanol, claramente, pode suprir essa demanda de combustível. Aqui, o carro elétrico tem sido apontado como alternativa para o futuro da mobilidade urbana e mais uma vez tem oportunidade para Mato Grosso, já que nossas usinas hidrelétricas e PCHs, além da energia solar, são meios limpos de geração”, conclui o presidente da Fiemt que participa da programação acompanhado do vice-presidente da Fiemt e presidente do Sindicato das Indústrias de Bionergia de Mato Grosso (Sindalcool/MT), Silvio Rangel.