Os instrumentos regulatórios que vão auxiliar a implantação das ações do Programa Nova Indústria Brasil (NIB), lançado recentemente pelo governo federal, foram apresentados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aos empresários do segmento industrial de Mato Grosso. O assunto foi discutido durante a primeira reunião do ano da diretoria da Federação das Indústrias de Mao Grosso (Fiemt) realizada, na última sexta-feira (02).
“Precisamos entender com profundidade o plano industrial e auxiliar as indústrias de Mato Grosso a acessarem esses créditos e incentivos para a aumentar a competividade das nossas empresas”, destaca o presidente do Sistema Fiemt, Silvio Rangel. É preciso ressaltar que a indústria de Mato Grosso é responsável por 11% das exportações brasileiras do setor de alimentos, sendo o terceiro maior estado exportador de produtos deste segmento, atrás somente de São Paulo e Paraná. Além disso, a indústria de transformação mato-grossense gerou R$ 30 bilhões de valor da transformação industrial em 2021. Nesse mesmo ano, o PIB do Mato Grosso foi de R$ 210 bilhões, correspondente a 3% do PIB brasileiro.
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Os dados apresentados pela gerente de Política Industrial da CNI, Samantha Cunha, apontam três pilares que devem sustentar a implantação do Plano por meio de instrumentos financeiros, regulatórios e de contratações públicas. Por exemplo, para as cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais é previsto R$ 280 milhões em subvenção econômica às empresas, racionalização das taxas portuárias e práticas colaborativas entre autoridades reguladoras estrangeiras equivalentes.
“A indústria é o setor com maior poder de puxar o crescimento econômico do país porque tem cadeias produtivas mais longas. Precisamos reverter o processo de desindustrialização e executar uma política de longo prazo que traga desenvolvimento”, pontua a representante da CNI. Segundo ela, essa medida está alinhada com o contexto internacional que visa recuperar a capacidade produtiva e tecnológica do segmento industrial.
Um dos entraves para o desenvolvimento industrial é a burocracia no processo de exportação da produção, na opinião do vice-presidente do Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte de Mato Grosso (Simenorte) e presidente do Fórum Nacional de Base Florestal, Frank Rogieri de Souza Almeida. De acordo com ele, os impasses gerados nos portos brasileiros chegam a atrasar a exportação em até cinco meses.
O NIB ainda pontua ações práticas de desenvolvimento para infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis, bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas e transformação digital.