A Zona de Processamento de Exportação (ZPE) que teve o edital lançado nesta segunda-feira(18) pelo Governo do Estado em Cáceres terá um investimento inicial de R$ 16 milhões que serão para construção de infraestrutura básica da ZPE, que inclui o prédio administrativo, guarita, restaurante, espaço aduaneiro da Receita Federal, galpão de armazenagem e pátio.
Idealizada há quase 25 anos e engavetada nos últimos quatro governos estaduais a ZPE é vista como o marco inicial para o ‘boom’ industrial que Cáceres e região sofrerão nos próximos anos. Para o especialista no assunto e PHD em História da América Latina, Alfredo da Mota Menezes, os atrativos de impostos reduzidos e procedimentos administrativos simplificados direcionados às empresas que se instalarem na Zona de Processamento geram a oportunidade que muitos empresários esperam para, em tempos de crise, manter e até mesmo expandir seus negócios.
“As vantagens que o empresário possui ao se instalar na ZPE são enormes. Ele fica isento de pagar PIS, PASEP, IPI, Cofins, ICMS, tem liberdade cambial, pode importar maquinário do exterior e exportar matéria-prima com preço tributário baixíssimo, e ainda pode vender internamente até 20% do que produz. Qual empresário não teria interesse?”, indaga Alfredo da Mota Menezes.
As vantagens ofertadas pela ZPE, segundo o especialista, atrairão para a região a atenção de empresários de outros estados e países. Também vão incentivar os produtores de Cáceres e arredores a diversificar sua produção, hoje basicamente pecuária, para outras culturas como soja e algodão.
Cáceres
Para abrigar a Zona de Processamento de Exportação em Cáceres serão usados 239,68 hectares de área, que vão ser divididos em cinco módulos. A escolha da cidade para sediar a ZPE não foi feita aleatoriamente. Cáceres é rota para os Andes, através da Bolívia, e também para o Mercosul pela hidrovia Paraguai-Paraná.
Essa mesma hidrovia pode, caso o impasse ambiental que a envolve seja solucionado, receber matéria-prima de qualquer lugar do mundo entrando pelo porto em Montevidéu e subir pela hidrovia até Cáceres. E a exportação dos produtos da ZPE poderá ocorrer também por essa mesma rota. “Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Chile e Venezuela têm cerca de 140 milhões de habitantes, com PIB regional de quase U$ 1 trilhão de dólares, e estão mais perto de nós aqui no Estado do que as regiões sul e sudeste. Então estamos com o mercado e a porta abertas para nós”, explica.
Ainda de acordo com Alfredo da Mota Menezes, a presença da Zona de Processamento de Exportação significará a retomada econômica de Cáceres, que nos últimos anos viu a população, o índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o Produto Interno Bruto (PIB) serem drasticamente reduzidos. “Cáceres carece dessa área de exportação. Será a oportunidade de a cidades ocupar um patamar econômico sólido, pela história e contribuição e posição geográfica que possui”, finaliza.