O IBGE divulgou ontem (09), a Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM Regional), que detalha o resultado regional da atividade no país. As maiores perdas entre os estados brasileiros foram registradas em Mato Grosso (3,3%), Goiás (2,4%) e Pará (2,2%). Santa Catarina (0,6%) e São Paulo (0,5%) completaram o conjunto de locais com resultados negativos.
No caso de Mato Grosso, os setores industriais de águas minerais naturais (inclusive gaseificadas), madeira, refino e biocombustíveis e produtos químicos, puxaram para baixo os resultados de fevereiro.
Já Rio Grande do Sul (9,4%), Amazonas (7,3%) e Espírito Santo (5,9%) registraram as maiores altas em fevereiro. Ceará (5,2%), Pernambuco (5,2%), Rio de Janeiro (2,0%), Bahia (1,8%), Região Nordeste (1,6%), Minas Gerais (0,9%) e Paraná (0,6%) tiveram os demais resultados positivos no mês.
A indústria de nove locais registrou resultados acima do patamar pré-pandemia: Amazonas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, segundo Almeida.
A produção da indústria recuou em cinco dos 15 locais pesquisados em fevereiro, ante janeiro, segundo o IBGE. A queda de 0,5% na indústria de São Paulo foi a principal influência negativa para a taxa nacional no mês. Principal parque industrial do país, a região responde por 33% da atividade nacional.
De acordo com o analista da PIM Regional, Bernardo Almeida, o cenário macroeconômico também afetou o resultado. Apesar dos seguidos cortes na taxa de juros implementados pelo Banco Central nos últimos meses, ele afirma que a taxa permanece alta, o que impacta diretamente o nível de investimentos na indústria.
“Observamos dentro da conjuntura que mesmo com a política monetária mais expansionista, com cortes seguidos na taxa de juros, ela ainda está em patamares elevados”, diz. “Isso recai diretamente na cadeia produtiva quando analisamos o nível de investimento ainda aquém do que seria implementado dentro da indústria”, explica Almeida.
Com a maior taxa do mês, o Rio Grande do Sul eliminou a queda de 5,7% verificada em janeiro de 2024. Já o Amazonas, segunda maior alta em fevereiro, completou o terceiro mês seguido de crescimento na produção, acumulando alta de 35,1%.
O movimento no Amazonas reflete uma retomada da produção após as perdas por causa da seca nos meses de setembro, outubro e novembro, principalmente no setor de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com força na indústria da Zona Franca de Manaus.