Entre os dias 14 e 17 de março a situação das lavouras de soja no Paraguai e a incidência da ferrugem asiática foram vistoriadas pela segunda vice-presidente da Região Norte da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Roseli Giachini, e o diretor técnico da associação, Luis Nery Ribas em loco.
Esta é a segunda vez neste ano que uma equipe técnica da Aprosoja vai ao país. Desta vez, acompanhada da doutora em Fitopatologia da Universidade Federal de Mato Grosso, Solange Maria Bonaldo.
A primeira visita ocorreu entre 13 e 15 de janeiro e, agora, o objetivo era confirmar se a soja safrinha, em estágio inicial de cultivo, seria uma ameaça fitossanitária para a soja safra, o que, segundo análise, foi confirmado. “A pressão de inóculo com a ponte verde e soja sobre soja vem demonstrando a redução da eficiência dos fungicidas e inseticidas, além da redução no intervalo das aplicações e, mesmo assim, a alta incidência e severidade do fungo da ferrugem asiática”, explica Nery Ribas.
De acordo com Solange, o reflexo do atual cenário pode ser a inviabilização econômica da cultura. “A soja safrinha é uma ameaça para a soja safra porque aumenta o incóculo do patógeno e o mantém viável por um longo período no campo. Além disso, o grande número de aplicação dos fungicidas provoca pressão de seleção sobre o patógeno, o que pode acarretar no surgimento da resistência do fungo aos fungicidas; levando a ineficiência destes produtos químicos no controle da doença e inviabilizando economicamente a cultura”, explica.
Lavouras brasileiras – Outro ponto de destaque verificado durante a visita ao Paraguai é o comprometimento do sistema, podendo atingir regiões produtoras de estados brasileiros como Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. “Devemos acionar a pesquisa especializada de agrometeorologia para estudar as condições ambientais e de correntes de ventos para a dispersão do fungo”, pontua Roseli, que também é coordenadora da Comissão de Defesa Agrícola.
Como conclusão, a equipe técnica da Aprosoja sugere a realização de acompanhamento da colheita da soja safrinha no Paraguai e que a atual situação seja levada ao conhecimento do governo brasileiro. “Por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), na área de Defesa Vegetal, é preciso mostrar as consequências da produção de soja no Mercosul”, diz Ribas.
Defesa Agrícola – É válido lembrar que em Mato Grosso, por meio da Instrução Normativa Conjunta Sedec/Indea-MT 002/2015, é proibido o cultivo de soja sobre soja.