Mato Grosso está no radar das autoridades sanitárias em relação a casos de gripe aviária. Ontem, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou que investiga três casos suspeitos de gripe aviária no Estado. As amostras foram coletadas e encaminhadas para um laboratório em São Paulo. Foram coletadas 37 amostras. Outros 88 casos suspeitos de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves já foram investigados no Estado e descartados.
Mesmo sem divulgar nota ou tratar do assunto de forma oficial, o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea/MT) diz estar acompanhando a situação.
Mato Grosso está entre os dez estados brasileiros que mais exportam carne de frango. A atividade avícola no Estado conta com 304 granjas em 31 municípios, e cerca de 55 milhões de aves.
Para se ter ideia do peso da doença, o Japão suspendeu temporariamente as importações de frango do estado de Mato Grosso do Sul após um surto da influenza aviária de alta patogenicidade em aves de subsistência (fundo de quintal) confirmado nessa semana. O caso em Mato Grosso do Sul foi confirmado em um sítio de Bonito, cidade 283 quilômetros distante da capital, Campo Grande.
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PREVENTIVA – No começo desse mês, Mato Grosso, atendendo a uma recomendação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), declarou, através do decreto nº 412, emergência zoossanitária por um período de 180 dias, em virtude dos casos de gripe aviária detectados em animais silvestres e domésticos no Brasil.
O decreto estadual, conforme explica a presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea/MT), Emanuele Almeida, é uma ação para facilitar que os estados acessem recursos da União para conter o avanço da gripe aviária no território nacional. “Nós desde o início estamos adotando medidas preventivas, tais como, vigilância direcionada as propriedades de maior risco para influenza aviária, realização de palestras para criadores de aves de subsistência e avicultores, reuniões com representantes da avicultura e vigiando a nossa fronteira, para monitorar as aves silvestres e de fundo de quintal. Estamos atentos a essa doença e alertando sobre como identificar caso algum animal apresente as características da gripe aviária”, explica a presidente.
Ela acrescenta ainda que a gripe aviária H5N1 tem circulado pelo mundo há mais de 20 anos, sendo as aves migratórias as principais disseminadoras da doença.