O desembolso do crédito rural somou R$ 12,48 bilhões na safra 2022/23, até outubro, em Mato Grosso, dentro das condições estabelecidas pelo Plano Safra 2022/23. As cifras movimentadas de julho até o mês passado representam 39% de tudo que foi consolidado no Centro-Oeste, neste período, conforme nova atualização feita pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Dos R$ 32,76 bilhões demandas pelos produtores do Centro-Oeste, 39% vieram para Mato Grosso, 38% para Goiás e 23% para Mato Grosso do Sul.
Mato Grosso maior produtor nacional de grãos e fibra de algodão, bem como detentor do maior rebanho de bovinos do Brasil, segue na liderança regional.
No Centro-Oeste foram consolidados de julho a outubro, 47.325 contratos, 4% acima do registrado em igual momento do ano passado. Os contratos somam R$ 32,76 bilhões. O volume financiado é 38% maior quando comparado ao mesmo momento do ano passado.
No País, o desembolso do crédito rural somou R$ 148,25 bilhões, aumento de 22% em relação a igual período da safra anterior. Os financiamentos de custeio seguem em ritmo forte, com aplicação de R$ 98,29 bilhões, (+50%). Já os investimentos, com R$ 33,86 bilhões, a comercialização, com R$ 8,93, e a industrialização, com R$ 7,17 bilhões, registraram queda em relação a igual período do ano passado.
De acordo com a Secretaria de Política Agrícola do Mapa, os financiamentos destinados a investimentos tendem a se intensificar nos próximos meses, concomitante à tendência de retração dos financiamentos de custeios.
O aumento na contratação de financiamentos de custeio decorreu da elevação dos custos de produção e das oportunidades de mercado ditadas por condições favoráveis de preço e de demanda. Esse aumento foi de 42% no âmbito do Pronaf e de 73% no âmbito do Pronamp, se situando, respectivamente, em R$ 16,30 bilhões e R$ 24,60 bilhões. Em número de contratos de custeio por programa, os aumentos foram de 30% no Pronamp, 6% no Pronaf 6% e 9% para demais produtores.
O diretor da Política de Financiamento ao Setor Agropecuário do Mapa, Wilson Vaz de Araújo, destaca que o expressivo aumento nos financiamentos de custeio Pronamp resultou, também, do predomínio de uma taxa de juro mais favorável relativamente à aplicável fora do programa, em comparação com a safra anterior.
Por outro lado, as contratações de investimento aumentaram somente no âmbito do Pronaf (+3%), se situando em R$ 8,82 bilhões, possivelmente pela atratividade das taxas de juros, dado que as taxas praticadas livremente pelo mercado são aproximadamente duas vezes superiores.
Em relação às fontes de recursos do crédito rural, a participação dos recursos obrigatórios, no total das contratações, reduziu de 28% para 21%, se situando em R$ 30,88 bilhões, e a de recursos da poupança rural controlada aumentou, de 20% para 24%, atingindo R$ 36,00 bilhões, aumento de 52%. Os recursos com juros controlados somaram R$ 92,31 bilhões (+12%), e com juros livres R$ 55,94 bilhões (+42%).
Wilson Vaz reiterou a importância da contribuição da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) para o funding do crédito rural, que se destaca por ser a principal fonte de recursos não controlados, tendo os recursos dessa fonte aumentado 137%, se situando em R$ 36,62 bilhões, respondendo por 25% do crédito rural, complementando adequadamente o financiamento, sobretudo de custeio, aos grandes e médios produtores.
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