Mato Grosso, principal estado produtor, registra situação crítica mesmo com o fim do vazio sanitário e a liberação do plantio da nova safra de soja, o ciclo 2025/26. A umidade do solo encontra-se no nível mais baixo dos últimos 30 anos, com tendência de nova redução nas próximas duas semanas, segundo projeções do modelo europeu ECMWF.
A estiagem já se prolonga por várias semanas e deve persistir até pelo menos 17 de setembro, segundo dados apurados pela EarthDaily. O calor agrava o cenário: temperaturas acima de 40 °C elevam a evapotranspiração, intensificando a perda de umidade. Esse quadro pode levar muitos produtores a postergar o início da semeadura.

Já em boa parte de Goiás e do Sul do país, a umidade do solo é satisfatória, favorecendo o início da semeadura. Nessas regiões, os produtores podem iniciar o plantio com maior segurança, aproveitando as condições hídricas adequadas para garantir melhor germinação e estabelecimento das lavouras.
No Paraná, a situação é mais heterogênea. No Norte Pioneiro, onde o plantio já está autorizado, a umidade do solo permanece abaixo da média e pode atingir o menor nível dos últimos 10 anos nas próximas semanas, o que pode levar produtores a adiar tanto a semeadura da soja quanto a do milho de verão.
“Embora a semeadura da soja esteja autorizada a partir da próxima semana em algumas regiões, a persistência do déficit hídrico no solo pode resultar em atraso no início dos trabalhos de campo, já que muitos produtores tendem a aguardar condições mais favoráveis de umidade para garantir uma germinação uniforme”, explica Felippe Reis, analista de cultura da EarthDaily.
Nos últimos dez dias, a maior parte do país registrou precipitação acumulada abaixo da média, confirmando a manutenção do regime seco típico do período. Apenas áreas pontuais do Nordeste, Sudeste e Paraná receberam chuvas acima da média, com acumulados entre 10 mm, no interior paulista, e até 60 mm, no leste paranaense.
As previsões indicam manutenção do tempo seco na maior parte do país, com exceção do Sul, especialmente do Rio Grande do Sul, e de áreas do Nordeste, onde há expectativa de chuvas. No caso de Mato Grosso, enquanto o modelo americano GFS sinaliza a possibilidade de precipitações ao final da primeira quinzena de setembro, o modelo europeu ECMWF mantém a projeção de estiagem.
Além disso, tanto o ECMWF quanto o GFS indicam temperaturas acima da média para grande parte do Centro-Oeste, Sudeste e Paraná, condição que deve elevar a evapotranspiração e reduzir ainda mais a umidade do solo nas regiões já afetadas pela seca.
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