O governo de Mato Grosso em parceria com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), por meio da Secretaria de Estado e Desenvolvimento Econômico (Sedec/MT), lançou nesta quarta-feira (04.04), o novo modelo do Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE) no auditório Garcia Neto, no Palácio Paiaguás.
O Plano visa incentivar, apoiar e capacitar os empresários das pequenas, micro e médias empresas mato-grossenses para o mercado internacional. O Ministério de Desenvolvimento e Indústria do Comércio Exterior do Governo Federal (MDIC) é o gestor do Plano de exportação e é responsável pela coordenação das atividades.
Em 2015, Mato Grosso exportou 13 bilhões de dólares, um superávit de quase 40% nesse primeiro trimestre brasileiro. O estado tem trabalhado com afinco desde o ano passado com projetos e cursos de capacitação e de investimento aos micros, pequenos e médios empresários.
De acordo com o secretário Adjunto de Indústria e Comércio de Mato Grosso, Eduardo Menezes Mota, o plano é o braço regional do Plano Nacional de Exportações e visa aumentar o número de empresas que operam no comércio exterior. “Com o novo formato do PNCE queremos aumentar as bases exportadoras do Estado”, destaca o secretário.
Mota informou ao site Mato Grosso Econômico que também foi criado o Conselho Estadual de Exportação e com o auxílio do MDIC de cadastramento junto ao Conselho para que se possa aproximar cada vez mais do pequeno, e médio exportador. A criação do Conselho Estadual do Comércio Exterior visa encontrar mercado internacional para Mato Grosso e o governo já fez agenda com os Emirados Árabes e China desde 2015. “O governo do estado tem feito parcerias com as entidades locais, estamos identificando mercados diversificados que Mato Grosso tem potencial para exportar”, ressaltou.
Na avaliação do secretário-adjunto, é importante que o Conselho ofereça total assessoria aos empresários que têm interesse em exportar do ponto de vista logístico e burocrático. “Juntando forças com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com a Apex (Agência Brasileira de Promoção, Exportação e Investimentos), o Sebrae e com o auxílio e experiência do Ministério de Relações Exteriores, esse processo será um sucesso”, garantiu.
Trilha de Internacionalização
O novo modelo do PNCE vem para adequar aos empresários locais que pretendem se inserir no mercado externo, por meio da trilha da internacionalização. As atividades disponibilizadas pelas diferentes instituições que participam do PNCE passaram a ser distribuídas em etapas que possibilitam o enquadramento das empresas de acordo com o estágio em que se encontram em relação ao ingresso no mercado externo.
Para o Gestor dos projetos setoriais da Apex Brasil, Marcos Soares, os empresários brasileiros não estão preparados para exportar e o novo PNCE é voltado para a qualificação dos empresários que devem focar no comércio exterior. Com o novo formato, será formado o Comitê Gestor. “O novo modelo do PNCE foi pensado para resultado de sucesso para o empresariado, visa focar nas empresas, apresentar com o novo programa resultados quantitativos e qualitativos e com isso no final do treinamento o empresário conseguir derrubar barreiras para exportar”, disse o especialista.
Em 2015, a agência de Exportação apoiou 1.103 empresas, das quais 248 exportaram um total próximo a US$ 4 bilhões para 161 mercados.
Agronegócio setor que mais exporta
O diretor do Departamento de Estatística em apoio à Exportação da Secretaria do Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Erlon Brandão, informou a reportagem do site Mato Grosso Econômico que o Brasil é o 25º exportador do mundo e representa a 9ª economia no mundo. O país conta com 20 mil empresas exportadoras. Na avaliação do especialista, o número é muito baixo por conta das inúmeras empresas brasileiras que produzem, principalmente em Mato Grosso. “Mato Grosso é o primeiro estado do Centro Oeste a receber o plano, esperamos colher frutos positivos, a médio e longo prazo”, disse.
Mato Grosso conta com 500 empresas exportadoras. Na avaliação do especialista, o superávit do estado é muito importante para a economia brasileira e para as contas externas, sendo que o agronegócio de Mato Grosso encerrou o primeiro trimestre do ano com saldo da balança comercial 52% maior que o registrado no mesmo período de 2015. “O valor do superávit ficou em 3,511 bilhões de dólares ante 2,308 bilhões do período anterior. O principal destaque foi a exportação de milho”, disse Brandão.
Etapas do Projeto
Mato Grosso pretende planejar ações para 2016 do PNCE por meio de cadastro das instituições que compõem o Comitê no Sistema PNCE, iniciar cadastro de empresas no Sistema e identificar ações que podem ser desenvolvidas pelas entidades.
O PNCE é desenvolvido em cinco etapas, entre elas: sensibilização, inteligência comercial, adequação de produtos e processos, promoção comercial e comercialização. Além disso, conta ainda com três temas transversais para o direcionamento das empresas: financiamento, qualificação e gestão. “A sensibilização visa identificar se a empresa tem interesse em se internacionalizar e o plano visa apontar quais são os benefícios, investimentos a serem feitos e as possíveis dificuldades que não deixa o empresário exportar. A inteligência comercial direciona o empresário para onde ele pode vender e intensificar mercado onde pode exportar”, informou Rafael.
Parcerias
A Diretora do SEBRAE de Mato Grosso, Leide Garcia Novaes, informou que a entidade é parceira no processo de internacionalização da pequena e média empresa de Mato Grosso. “Nosso papel é o de preparação da corporação para a exportação. Antes mesmo de exportar, o empresário tem que conhecer o mercado, tem que se aproximar das condições externas para levar seus produtos”, frizou.
O Presidente da FIEMT, Jandir Milan, avaliou que o lançamento do projeto do Plano Nacional da Cultura Exportadora poderia ter sido lançado há 20 anos e se faz necessário, uma qualificação urgente das empresas mato-grossenses para a exportação. “O projeto é muito importante, pois o Brasil por conta da crise, está com dificuldade de comercializar seus produtos. Além de qualificar o empresariado para a exportação, precisa melhorar também a qualificação dos portos. “Os empresários devem focar no comércio exterior”, disse.
O PNCE conta com o apoio e parceria de 18 entidades nacionais e locais, a exemplo do Ministério do Desenvolvimento Agrário, a Apex-Brasil, o SEBRAE, a CNI, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), os Correios, Fecomércio, o Governo do Estado, entre outras entidades e federações.
Acompanhe mais notícias do desenvolvimento econômico de Mato Grosso aqui.