Ano a ano, Mato Grosso se destaca no cenário nacional batendo recordes na produção agrícola. Para a safra 2020/2021 não será diferente, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já divulgou que o estado seguirá como o principal produtor de grãos do país, com 75 milhões de toneladas de soja, milho, arroz e feijão.
Os indicadores e todo o cenário econômico do estado podem ser acompanhados diariamente pelo portal Mato Grosso Econômico. Atuante desde 2015, além de notícias sobre economia e mercado, política e desenvolvimento e opinião de especialistas, o portal tem um espaço de prestações de serviços, onde é possível trabalhar conteúdos especiais e mídia para os clientes que querem ter visibilidade em Mato Grosso. A linha editorial é voltada para empresários, investidores, executivos e profissionais que buscam informações, oportunidades e desafios existentes no estado.
Acompanhar a economia de Mato Grosso se tornou fundamental na última década, pois o estado, com seus recordes de produção – que incluem outros produtos como carne, algodão e etanol de milho – foi determinante para que o agronegócio segurasse a economia brasileira durante a pandemia da covid-19.
Mesmo com toda a paralização econômica, seis estados tiveram aumento na arrecadação no primeiro semestre de 2020, e Mato Grosso lidera a lista com uma alta de 15,17%, ficando quase três vezes a frente do segundo colocado Mato Grosso do Sul, que aumentou sua arrecadação em 5,56%.
O estado também foi líder na geração de empregos formais (carteira assinada) no país em 2020. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, foram criados 12.901 novos postos de trabalho entre os meses de janeiro a agosto.
Agronegócio
Ainda durante o pior momento da pandemia, no segundo trimestre de 2020 (abril/maio/junho), enquanto o PIB brasileiro teve uma queda de 9,7% o agronegócio conseguiu um desempenho positivo, com crescimento de 0,4% no mesmo período. Esse crescimento foi sustentado tanto pela perspectiva de safra recorde, como também pelo maior interesse chinês pela soja brasileira e pelo câmbio favorável para os exportadores.
Outro dado que mostra o potencial econômico do estado é o ranking dos municípios agrícolas. Estão em Mato Grosso 22 dos 50 maiores municípios com maior valor da produção agrícola do país, de acordo com a Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sorriso, maior produtor nacional de milho e soja, liderando o ranking com R$ 3,9 bilhões – de um total R$ 361 bilhões em 2019. Em seguida está o município de Sapezal com R$ 3,3 bilhões.
Soja
Para a Conab, a soja seguirá sendo o principal produto mato-grossense entre os grãos. A estimativa Companhia é que a produção da oleaginosa no estado tenha um aumento de 2,7% em relação à safra anterior e chegue a 36,8 milhões de toneladas. A área plantada deve aumentar 2,8%, atingindo 10,2 milhões de hectares.
Milho
O Imea (Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária) projeta que o milho irá ultrapassar a soja na safra 2020/2021, com um aumento da área cultivada de 5,03% e uma produção de 36,29 milhões de toneladas. Esse incremento da produção de milho deve ser impulsionado pela expectativa de redução das áreas de algodão, a comercialização de grãos e insumos avançada e a elevação dos preços do cereal em patamares recordes para o estado.
Algodão
Há 20 anos, Mato Grosso é o maior produtor de algodão do Brasil, sendo responsável por 60% da produção nacional. Para a safra 2020/2021, no entanto, a projeção é de uma redução em torno de 12% a 15% na produção, devido ao alto estoque mundial provocado bela baixa demanda em 2020, outra consequência da pandemia. De acordo com o Imea, a produção estimada é de 4,33 milhões de toneladas de algodão em caroço e 1,8 milhão de toneladas de pluma de algodão, em uma área plantada de 1,01 milhão de hectares.
Rebanho
Com terras abundantes, sem problemas com ração, Mato Grosso não poderia ficar atrás na produção de proteína animal, tendo o maior rebanho de gado, com 30,1 milhões de cabeças, o que representa 12% do mercado nacional. Destaque também para a produção de suínos de aves.
Etanol
A elevada produção do grão fez de Mato Grosso o maior produtor de etanol de milho no Brasil e o segundo maior produtor de etanol (cana e milho). O setor de biocombustível vem se consolidando como um forte segmento da economia estadual. Estima-se que em Mato Grosso, na safra 2020/2021 serão produzidos 2,5 bilhões de litros de etanol de milho e a perspectiva é chegar a 5,5 bilhões de litros em cinco anos.
O etanol tem promovido uma transformação na agroindústria mato-grossense. Hoje são 14 unidades produtoras do biocombustível, sendo quatro plantas de etanol de cana de açúcar, três flex (cana e milho) e sete somente de milho, totalizando 14 indústrias, que geram mais de 10 mil empregos de qualidade, com bons salários e impostos anuais que chegam a R$ 1,5 bilhão.
Comércio
O setor comercial responde por 66% de todo o ICMS arrecadado em Mato Grosso, incluindo bens, serviços e turismo. São aproximadamente 300 mil estabelecimentos, responsáveis por quase metade dos empregos formais gerados no estado. Passado a fase mais difícil da pandemia em que a maioria dos estabelecimentos ficou fechada por semanas seguidas, o setor está otimista com a retomada econômica.
De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio-MT), após quatro meses registrando números considerados pessimistas pelo Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) na capital Cuiabá, a pesquisa de setembro voltou a trazer resultado satisfatório ao atingir 111 pontos. A melhora observada foi de 18,7% sobre o mês anterior e já chega a 50,2% se comparado ao pior índice desde o início da pandemia por Covid-19, em junho, quando somou 73,9 pontos. O índice que mede as intenções de investimento também se mostrou positivo no mês, com alta de 15,8%, atingindo 105 pontos.
Indústria
O setor industrial de Mato Grosso se recupera das perdas sofridas durante a pandemia e volta apresentar crescimento. O IBGE apontou que o segmento teve um crescimento de 2,6% de janeiro a agosto de 2020, ficando dentro da média nacional. Os setores ligados diretamente ao agronegócio como frigoríficos, sucroenergético e bioquímicos (agroquímicos e fertilizantes) mantiveram a produção em alta mesmo durante os meses mais críticos da pandemia. A construção civil também ganha destaque, liderando a geração de trabalhos formais. Somente no mês de agosto, o setor foi responsável por 1.177 novos postos de trabalho.
Logística
O maior entreve à produção mato-grossense, a dificuldade de escoamento, está sendo resolvido com uma série de projetos e investimentos. Este ano, foi concluída a pavimentação da BR 163, que liga o estado tanto aos portos da região Sudeste, quanto aos portos da região Norte. Mas, o melhor ainda está por vir, três ferrovias que irão promover a integração de todas as regiões e colocando a produção estadual em todos os portos brasileiros de forma mais rápida e com menor custo.
Os três projetos estão previstos para terem início ainda em 2021, sendo eles: a extensão de 650 km da Ferronorte entre Rondonópolis e Lucas do Rio Verde, que será construída pela Rumo para movimentar cargas até o porto de Santos; a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), que vai na direção oeste-leste de Lucas do Rio Verde até Mara Rosa em Goiás, podendo futuramente chegar ao porto de Ilhéus; e a Ferrogrão, que pretende alcançar os portos do Arco do Norte, complementando a saída pela BR-163, partindo de Sinop até o porto de Miritituba no Pará.
Com esse potencial econômico, Mato Grosso é um dos principais estados brasileiros, com oportunidades de investimentos e em constante crescimento. Acompanhe as principais notícias e cenário regional acessando o portal Mato Grosso Econômico, referência em informações setoriais e econômicas no estado.