Conforme a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) a solução mais eficiente para combater a inflação de alimentos é a colheita da safra brasileira que ocorre nos próximos meses e a correção de ações que impactam diretamente o custo de produção no Brasil.
“O problema da inflação não é a oferta de alimentos. O governo federal tenta criar a narrativa de buscar soluções, quando o problema está concentrado no seu próprio desequilíbrio fiscal, responsável por onerar os custos e por alavancar a inflação”, afirma a Frente.
A bancada ruralista pontua que não é transferindo o ônus de bancar o desequilíbrio do gasto público do governo para os produtores rurais “que teremos uma comida mais barata e uma produção economicamente viável. As medidas apresentadas pelo governo federal, no último dia 6, quando anunciou tarifa zero para importação de alguns alimentos, são pontuais e ineficazes para efeito imediato, especialmente quando se gasta recurso interno ao zerar impostos para produtos importados, sem garantir o reforço ao apoio da produção brasileira”.
A medida desagradou o setor, porque em fevereiro, por falta de orçamento, o Tesouro Nacional anunciou o corte na oferta de crédito rural para o plano safra 2024/25. “A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) ressalta a necessidade de iniciar as tratativas do novo Plano Safra 2055/26, com a garantia de implementação total de recursos, do acesso pleno e com juros adequados aos produtores rurais brasileiros. Aguardamos ainda um retorno do governo federal sobre as medidas estruturantes de curto e médio prazo apresentadas pela FPA, em conjunto com o setor produtivo nacional, ao Ministério da Fazenda e à Casa Civil”.
DEPOIS DO CARNAVAL – Como alternativa para segurar a inflação dos alimentos, o governo federal decidiu zerar o Imposto de Importação de nove tipos de alimentos, conforme anunciou no último dia 6.
Os alimentos que terão os tributos zerados são: azeite: (hoje 9%), milho: (hoje 7,2%), óleo de girassol: (hoje até 9%), sardinha: (hoje 32%), biscoitos: (hoje 16,2%), massas alimentícias (macarrão): (hoje 14,4%), café: (hoje 9%), carnes: (hoje até 10,8%) e o açúcar: (hoje até 14%). A cota de importação do óleo de palma, atualmente em 65 mil toneladas, subiu para 150 mil toneladas.
Além da redução das tarifas, foi anunciado o fortalecimento dos estoques reguladores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O vice-presidente não entrou em detalhes.
A última medida anunciada foi a aceleração do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA). Esse sistema descentraliza as inspeções sanitárias, permitindo que estados e municípios façam o trabalho.
INFLAÇÃO – Inflação brasileira atingiu o maior percentual para fevereiro em 22 anos. Conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro foi de 1,31%, ficando 1,15 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de janeiro (0,16%). Esse foi o maior IPCA para um mês de fevereiro desde 2003 (1,57%). No ano, o IPCA acumula alta de 1,47% e, nos últimos doze meses, o índice ficou em 5,06%, acima dos 4,56% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2024, a variação havia sido de 0,83%.
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