Abril começou com trabalho de colheita da soja ainda ativo em Mato Grosso. Diferentemente do mesmo período do ano passado, o grão segue sendo colhido nesta primeira semana do mês. Conforme nova atualização semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) até o último dia 31, 99,03% das áreas estavam finalizadas contra 100% em igual momento de 2022.
No ano passado, apenas a região nordeste ainda seguia colhendo soja na virada do mês. Em 2023, até a última sexta-feira nenhuma região havia registrado a conclusão dos trabalhos. A mais atrasada é a sudeste com 98,75% das áreas colhidas.
Diante desse cenário de atraso, tanto em relação ao ano passado – quanto da média dos último cinco anos – , a produção da safra 2022/23 permanece projetada em 44,30 milhões de toneladas de soja, representando uma alta de 8,35% ante a safra 2021/22, caracterizando mais uma safra recorde para o Estado. Por fim, no próximo mês o Instituto consolidará os resultados da safra 2022/23 e divulgará a primeira projeção da safra 2023/24.
No que tange a área de soja, essa permaneceu estimada em 11,99 milhões de hectares, aumento de 4,50% em relação à safra passada. O incremento continua pautado pela valorização do preço da oleaginosa nos últimos anos, em reflexo da demanda aquecida no mercado, e o cenário favorável para as cotações dos subprodutos. Em função da colheita da soja ainda não ter sido finalizada no Estado não foi possível mensurar os resultados dos últimos talhões, o que impediu a consolidação dos rendimentos. Desse modo, a estimativa da produtividade da soja em Mato Grosso, conforme o Imea, foi mantida em 61,59 sc/ha, um recorde na série histórica do Instituto.
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“O alto patamar do rendimento é reflexo da retomada das chuvas em Mato Grosso, principalmente, em dezembro de 2022, que contribuiu para o alívio do estresse hídrico observado em algumas áreas do Estado em novembro do ano passado. Além disso, a manutenção das precipitações e o longo período de luz auxiliaram na recuperação fisiológica das plantas e no desenvolvimento do potencial produtivo das áreas tardias”, explicam os analistas do Imea.
MERCADO – Conforme o Imea, com o atraso na colheita da soja neste ano, as exportações até fevereiro apresentaram um menor ritmo em relação ao ano passado, porém, a perspectiva para os próximos meses é que o ritmo aumente. Desse modo, a projeção de exportação foi mantida em 27,11 milhões de toneladas para a temporada 2022/23, aumento de 9,48% em relação à safra.
Em relação ao consumo interestadual, a estimativa permanece em 4,27 milhões de toneladas, pautada pelos problemas climáticos na região sul do Brasil, principalmente, pelo corte da oferta de soja do Rio Grande do Sul.
“Para o consumo da oleaginosa, em Mato Grosso, é projetado 12,81 milhões de toneladas, um incremento de 14,07% em relação à safra passada, reflexo da implementação de novas esmagadoras e da ampliação na capacidade estática. Por fim, com o ritmo das vendas de soja atingindo as mínimas dos últimos cinco anos, os estoques finais apresentaram incremento de 11,11% em relação à safra passada, ficando projetado em 1,10 milhão de toneladas”, explicam os analistas.