Os efeitos da nova política norte-americana, levando-se em conta a guerra comercial entre Estados Unidos e China, seguem com desdobramentos por todo o mundo e terão impactos diferentes para cada estado brasileiro. É o que mostra o levantamento feito pela Lifetime, que apresenta o ranking da exposição nas exportações de cada um dos 26 estados da Federação frente aos Estados Unidos e à China.
Com potencial diretamente ligado ao agronegócio, o Mato Grosso do Sul (MS) aparece com a 4ª maior exposição nas exportações feitas para a China, ou seja, 45,4% da produção que sai do estado são destinados a esse país. O estado lidera a lista no Centro-Oeste – está à frente de Goiás (43,5%), Mato Grosso (32,7%) e Distrito Federal (29,7%). No ranking geral, no entanto, o Piauí, no Nordeste, é o estado brasileiro mais impactado nas exportações para a China, com 62,5%.
Já em relação à exposição aos Estados Unidos, o MS aparece em 17º em volume de exportações com 6,7% – também à frente dos demais estados da região – Goiás (3,3%), Distrito Federal (2,9%) e Mato Grosso (1,5%). No ranking dos estados mais expostos frente ao país americano, o Ceará, no Nordeste, é o mais impactado, com 45,2%.
Mato Grosso, maior produtor nacional de grãos e fibras do Brasil, e o quarto maior exportador nacional, tem a China como principal parceiro comercial na hora de vender sua pauta, e do outro lado, os Estados Unidos se apresentam como um dos grandes mercados quando o estado precisa comprar e importar. Dentro desse contexto, Mato Grosso se revela menos dependente do apetite chinês quando comparado aos vizinhos do Centro-Oeste: Mato Grosso do Sul e Goiás.
A economista-chefe da Lifetime Gestora de Recursos, Marcela Kawauti, pontua que o Mato Grosso do Sul tem potencial exportador importante ligado ao agronegócio – sendo um dos principais produtores de soja e celulose do Brasil – e também se destaca na indústria extrativa e indústria de transformação.
“O fato de o Mato Grosso do Sul estar mais exposto à China é um ponto que acaba ajudando. O estado se destaca em exportações mais ligadas ao agronegócio e isso faz com que o impacto seja menor diante da política internacional americana”, afirma Marcela.
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