Para o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Luiz Pedro Bier, a cultura do milho está consolidada em Mato Grosso como a safra que sucede o cultivo da soja. A produção do cereal nesta safra (2023/24) deve ser de 45,8 milhões de toneladas no estado, conforme estimativa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
“A cultura do milho é o que torna a agricultura brasileira especial. Foi ela que proporcionou a consolidação da segunda safra, ela que propiciou o plantio direto na palha, essa prática tão sustentável que fixa carbono no sistema e evita jogar carbono na atmosfera”, disse.
Os produtores do cereal em Mato Grosso contribuem de maneira significativa para a produção do grão no Brasil, já que o estado mato-grossense pode ser responsável por 40,1% do milho produzido no país. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os agricultores brasileiros podem colher aproximadamente 114,1 milhões de toneladas do ‘grão de ouro’.
Apesar da alta quantidade colhida tanto em Mato Grosso, como no Brasil, a produção de milho pode sofrer queda em ambos. Na safra passada (2022/23), os agricultores mato-grossenses colheram 52,5 milhões toneladas, quase sete milhões a mais do que pode ser produzido na safra atual.
Em números nacionais, a queda pode ser ainda mais significativa, já que na safra passada a produção foi de 131,8 milhões, cerca de 17 milhões a mais do que pode ser produzido na safra atual.
No entanto existem produtores rurais que podem se sobressair sobre situações de incertezas. É o caso do proprietário da fazenda Dalla Libera, em Nova Mutum, Luiz Carlos Dalla Libera, que com a colheita regular travou seus custos e não deve obter prejuízo financeiros. “Começamos a colheita e a safra parece um pouco menor do que a nossa expectativa. Já passei por uma safra de soja que teve uma queda, mas pelo menos o milho está regular”, encerrou.