Com a safra de milho – segunda safra – em mais de 99,9% da área plantada já colhida, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) consolidou os dados da safra 2024/25. Os números apontam para recordes em todos os indicadores: área plantada, produtividade e produção.
De acordo com as imagens de geoprocessamento analisadas, a área semeada na temporada foi consolidada em 7,26 milhões de hectares. O resultado representa aumento de 1,80% em relação à estimativa publicada em julho e de 6,29% frente à área da safra 2023/24. “Essa elevação anual foi reflexo do preço do cereal no estado que estava mais atrativo quando comparado com outras culturas de segunda safra no momento do planejamento da safra, o que acabou estimulando o produtor no estado”, explicam os analistas.
No que se refere às regiões, a nordeste apresentou a maior elevação em área de 171,25 mil hectares ante a temporada passada. “Vale destacar, que esta região foi a que mais ‘perdeu’ espaço na safra 2023/24 devido à entrada de outras culturas, como o gergelim, o sorgo, entre outras”, apontam os analistas.
Nesta safra, mesmo com as chuvas chegando tardiamente e encerrando mais cedo em comparação com as demais regiões, algo que é comum no nordeste, foi possível observar esse retorno para as áreas de milho, com produtores visando a maior rentabilidade da segunda safra. No que tange a produtividade em Mato Grosso, o Imea manteve a estimativa de recorde de 126,27 sacas por hectare (sc/ha). Vale destacar, que o Instituto está realizando a pesquisa de safra com os produtores no estado, indicador importante que compõem a metodologia de consolidação de safra realizada pelo Imea. “Com a consolidação da área e manutenção da produtividade, a produção do ciclo 2024/25, em Mato Grosso, ficou estimada em 55 milhões de toneladas, alta de 1,81% ante a julho e 16,14% quando comparado com a safra 2024/25”.
NOVA METODOLOGIA – O Imea tem realizado um trabalho contínuo de atualização e aprimoramento das tecnologias utilizadas para mensurar os dados dentro do Instituto. Nesse contexto, foi aplicada uma nova metodologia de tratamento de dados por meio de geoprocessamento, assim como foi feito na soja. A nova abordagem incorporou levantamentos mais detalhados, além de dados com maior acurácia espacial e temporal, o que permitiu uma classificação mais precisa das culturas e demais classes temáticas.
OFERTA E DEMANDA – O Imea atualizou em agosto, a estimativa de oferta e demanda de milho para a safra 2024/25. A expectativa de oferta para o ciclo ficou projetada em 55,10 mi t, aumento de 13,13% ante a safra passada, impulsionado pela produção recorde registrada em MT. Quanto à demanda, a estimativa é de 53,70 mi t, apresentando incremento de 10,48% em relação à safra anterior, impulsionado, principalmente, pela maior projeção de exportação para o ciclo. A expectativa aponta 28,05 mi t, alta de 15,90% em relação ao que foi visto na safra 2023/24.
Já o consumo mato-grossense foi projetado em 17,41 mi t, acréscimo de 6,72% em relação à safra passada, correspondendo por 32,42% da demanda. Diante desse cenário, os estoques finais para o ciclo 2024/25 foram previstos em 1,41 mi t, reflexo da ampla produção no estado. Com isso, a atual temporada se consolida como recorde não apenas em termos de produção, mas também de demanda e estoques, que superaram até mesmo o da safra 2022/23.
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