Mato Grosso aumentou as exportações de milho em 2022. Esse movimento não apenas consolida a posição de protagonista da commodity mato-grossense, como também reforça a logística estratégica que os portos de Arco Norte têm para a produção local.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), analisados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), tanto o milho mato-grossense quanto o Arco Norte, ganharam destaque nas exportações do Estado, bem como no fluxo registrado pelo País neste ano.
No acumulado da janela de exportação – julho de 2022 a outubro de 2022 – Mato Grosso já enviou para outros países 14,03 milhões de toneladas (t), 64,55% a mais se comparado com o mesmo período da safra passada.
“O incremento é reflexo da queda na produtividade da temporada 2020/21, da produção recorde e do aumento da demanda pelo cereal”, explicam os analistas do Imea.
Em relação às rotas de escoamento do Estado para os portos do País, a participação do Arco Norte sobre o volume exportado de milho, no período, apresentou um incremento de 6,46 pontos percentuais (p.p.) e totalizou 54,12%.
Já a segunda rota, o Arco Sul, teve uma participação de 45,88%, ante a 52,24% no ciclo passado. “Esse movimento se justifica pelo aumento da produção na região norte de Mato Grosso, próxima ao Arco Norte, e investimentos em logística nos portos e rodovias, que tornaram o Arco Norte mais atrativo para o escoamento”, completam os analistas do Imea.
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A CHINA – O Brasil iniciou as exportações do milho para a China após acordo entre os países. O milho brasileiro já começou a ser embarcado para o país asiático durante a última semana, o que deve intensificar as exportações brasileiras da safra 2021/22.
Em relação aos principais exportadores de milho para a China, 78,56% são enviados pelos Estados Unidos e 19,84% têm como origem a Ucrânia. Logo, com a abertura de um grande mercado consumidor para o milho brasileiro, a demanda pelo cereal mato-grossense deve ser beneficiada, uma vez que o Estado correspondeu a 55,59% do total exportado pelo Brasil até outubro desse ano, toneladas referentes à safra atual do cereal, a 2021/22.
“Vale destacar a importância dessa nova fase comercial, visto que a China é o maior comprador mundial de milho e estima importar 18 milhões de toneladas do cereal na safra 2022/23. O início do acordo acontece em um momento crucial para a China, uma vez que ela é uma grande importadora do milho ucraniano e que vem sendo afetado pela guerra que acontece no país”.
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