Com a grande colheita que vem acontecendo em Mato Grosso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aumentou a estimativa do Valor Bruto da Produção (VBP) e alterou positivamente as projeções de faturamento da safra 2018/19 de Mato Grosso, que passaram de R$ 94,52 bilhões em julho para R$ 94,71 bilhões em agosto. Com a safra praticamente consolidada, o Estado que é o maior produtor nacional de grãos e fibras deverá registrar um incremento anual de receita de 5,90% sobre os R$ 89,43 bilhões contabilizados no ciclo anterior e responder por 15,7% de todo faturamento nacional.
Mato Grosso está na liderança pelo segundo ano consecutivo superando a de São Paulo que até 2017, seguia como a maior do Brasil. No ano passado, a receita agropecuária estadual era recorde para a série local, até então. O calculo do VBP leva em consideração as 20 principais culturas de cada unidade da federação. A receita deriva das médias de preços em determinados períodos para cada cultura, bem como os volumes produzidos. Por isso, o faturamento projetado se refere apenas ao que ocorre da ‘porteira para dentro’, justamente por considerar preços e volumes produzidos.
O VBP de Mato Grosso apresenta avanço anual, tanto na receita gerada pela agricultura como pela atividade pecuária. O recorde está alicerçado sobre o bom desempenho do algodão, do milho e da bovinocultura, atividades que além do peso que agregam ao VBP estadual, registram consideráveis aumentos no faturamento anual, incluindo recordes, como é o caso do cereal e da fibra.
Dos R$ 94,71 bilhões projetados, R$ 76,08 bilhões virão das lavouras e outros R$ 18,62 bilhões da pecuária. Se confirmado, o segmento da agricultura será responsável por mais de 80% do faturamento do VBP estadual em 2019. Em destaque no Estado estão as lavouras de milho, de algodão, de soja e de cana-de-açúcar. Na pecuária se destacam a bovinocultura, a suinocultura, a avicultura e as produções de ovos e de leite. No campo, entre as culturas de peso, apenas a soja apresentou queda anual, mas segue significativa pela representatividade financeira. Na pecuária, todas as cinco atividades mensuradas têm perspectivas de altas frente a 2018.
GANHOS E PERDAS – O algodão assume novo valor histórico em 2019, com receita estimada em R$ 25,42 bilhões, contra R$ 22,25 bilhões no ano passado, até então um recorde. O milho, com receita (também recorde) de R$ 11,87 bilhões contra R$ 9,49 bilhões. Há menos de dez anos, na safra 2010, o VBP do cereal somava pouco mais de R$ 3 bilhões.
A cana-de-açúcar deverá somar R$ 2,03 bilhões, ante um faturamento anterior de R$ 1,91 bilhão.
Apesar do peso que agrega ao agronegócio estadual, seja no VBP como nas exportações, a soja é a principal commodity do Estado a fechar o ciclo em retração. No ano passado o VBP somou R$ 37,49 bilhões e nesse ano – com a safra totalmente encerrada desde abril – a oleaginosa aponta R$ 35,04 bilhões. Por mais que haja ajustes de mercado sobre as cotações da saca no decorrer do atual ano-safra, não serão suficientes para reverter o saldo, já que de uma produção de mais de 32,8 milhões de toneladas – recorde de produção – mais de 90% desse volume estão comercializados até o momento.
Na pecuária houve os maiores ajuste positivos em relação a julho. A bovinocultura deve contabilizar R$ 13,93 bilhões contra R$ 12,86 bilhões. A avicultura deverá atingir R$ 2,43 bilhões ante R$ 2,13 bilhões, suínos passa de R$ 824,06 milhões para R$ 939,85 milhões. A produção do leite deve ampliar a receita para R$ 572,07 milhões contra R$ 567,72 milhões do ano passado e a produção de ovos passa de R$ 617,62 milhões para R$ 744,35 milhões.
“Essas tendências observadas devem permanecer até o final do ano, pois a safra deste ano está praticamente encerrada”, disse o coordenador-geral de Avaliação de Políticas e Informação, da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Garcia Gasques, em declaração divulgada pelo ministério.
Os resultados regionais mostram Mato Grosso com R$ 94,71 bilhões (15,7% do total nacional), seguido por São Paulo com R$ 73,84 bilhões (12,3%), Paraná R$ 72,81 bilhões (12,1%), Minas Gerais R$ 59,10 bilhões (9,8%) e o Rio Grande do Sul R$ 55,90 bilhões (9,3%).