A produção mato-grossense de grãos e fibra na safra 2021/22 deverá ofertar mais de 82,69 milhões de toneladas (t), volume que se confirmado, será um recorde ao Estado e ainda acrescentará alta de 13,2% sobre a oferta do ciclo passado.
A expansão da produção agrícola do Estado de MT – promovida pelo clima e o ganho em produtividade – fará com que Mato Grosso produza sozinho, cerca de 30,6% de tudo que o País deverá contabilizar na atual temporada: 268,2 milhões t. O crescimento anual da produção brasileira é estimado em 5%, enquanto a mato-grossense tem previsão de crescer quase duas vezes e meia mais.
Os dados do 5º Levantamento da Safra de Grãos 2021/2022 divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vão confirmando o protagonismo do milho para o Estado. Nessa nova atualização, a Estatal mantém a projeção de maior oferta do cereal em relação à soja em Mato Grosso. Da soja devem vir 38,96 milhões t e do milho safrinha outra 39,66 milhões t. Se tudo acontecer conforme as indicações da Conab, o milho será a cultura de maior expansão nessa safra, em Mato Grosso, ao ampliar a oferta em 20,9% de uma safra a outra.
Considerando as projeções ao milho, à soja e ao algodão – que deve fornecer 1,90 milhão de t – todas devem quebrar seus próprios recordes de produção nesta safra.
O que chama ainda à atenção no novo levantamento da Conab é que Goiás passa a ser o terceiro maior produtor nacional, desbancando o Rio Grande do Sul – que assim como o Paraná e parte de Mato Grosso do Sul, contabilizam sérios prejuízos em decorrência da seca – e apontando oferta de 29,86 milhões de t, 21,4% a mais que em 2020/21. O segundo lugar segue com Paraná, que mesmo com os problemas com a seca, deve contabilizar 33,47 milhões de t, -1,4% em relação ao ciclo anterior.
“O desempenho da atual safra sofre impacto da forte estiagem, verificada nos estados da região Sul do país e no centro-sul de Mato Grosso do Sul, que justifica as perdas expressivas nas produtividades estimadas, sobretudo nas lavouras de soja e milho”, explica o presidente da Companhia, Guilherme Ribeiro. “Mesmo com índices pluviométricos mais regulares em comparação ao registrado em dezembro do ano passado, a chuva registrada em janeiro na região Sul não foi suficiente para atingir a média em toda a região”, pondera Ribeiro.
A soja, em Mato Grosso deve registrar área recorde de 10,88 milhões de hectares, expansão anual de 3,9%. Os 38,96 milhões de t previstos são quase 7% maiores que o recorde da temporada passada.
A área destinada ao algodão deve totalizar 1,09 milhão de hectares, alta anual de 13,7% e a produção, estimada em 1,90 milhão de t, pode ampliar em 17,5% a produção contabilizada no ano passado.
Já o milho, vai de área recorde, 6,29 milhões de hectares – alta de 8% – e a produção deve passar de 39,66 milhões de t ante 32,80 milhões em 2022/21, crescendo 20,9%.
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BRASIL – Com 16,8% das lavouras já colhidas, a soja deverá registrar uma produção de 125,47 milhões de toneladas, uma queda de cerca de 9% quando comparada com a safra passada. O plantio da oleaginosa ocorreu dentro da janela ideal na maioria das regiões produtoras, o que gerou expectativas positivas. Porém, a partir de novembro, o cenário mudou devido às condições climáticas adversas ocorridas. “A influência do fenômeno La Niña interferiu fortemente nas precipitações registradas. Praticamente toda a Região Sul e parte do Mato Grosso do Sul sofreram restrição hídrica severa em novembro e dezembro, além de altas temperaturas, que provocaram drástica queda de produtividade nas áreas”, reforça o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia, Sergio De Zen.
Já para o milho, apesar do clima adverso para a primeira safra, a Conab espera uma recuperação na produção. Segundo a estimativa da estatal, deverão ser colhidos 112,34 milhões de toneladas, um incremento de 29% em relação a 2020/21. A primeira safra do grão deve permanecer em 24 milhões de toneladas, volume muito próximo ao colhido na temporada passada. Já para a segunda safra é esperado um aumento de 47% na colheita, podendo chegar a 86 milhões de toneladas. “Esse aumento é devido aos preços atrativos praticados pelo mercado e pelo plantio realizado na janela ideal da soja, principal cultura que antecede ao milho”, ressalta o diretor. Segundo o Progresso de Safra, divulgado no último dia 7, já haviam sido semeados 22,4% da área prevista, com destaque para Mato Grosso, com percentual de plantio que chega 42,6%.
Outra importante cultura, o algodão já está semeado em cerca de 79,6% da área destinada ao cultivo do grão. A expectativa é que a produção cresça próximo a 15%, chegando a 6,6 milhões de toneladas. Esse crescimento reflete não só o aumento da área cultivada, bem como das condições climáticas favoráveis à semeadura, germinação e desenvolvimento vegetativo, assim como a semeadura dentro da correta janela de plantio. Apenas a pluma da fibra deve registrar uma produção de 2,71 milhões de toneladas.
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