Enquanto a cada 10 brasileiros sem deficiência, três estão em busca de emprego no mercado formal, para as pessoas com deficiência (PCD) a conta sobe para sete pessoas fora do mercado de trabalho. A dificuldade de acesso a direitos básicos como educação, seja por locomoção ou falta de adaptação, reflete no alto índice de desemprego e informalidade.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analisados pelo Observatório da Indústria de Mato Grosso (Fiemt), o Brasil possui 17 milhões de pessoas com deficiência, sendo 186 mil somente em Mato Grosso. Deste total, apenas 20% possuem o ensino médio completo, o que oportuniza pequena parte para o emprego formal.
As empresas que possuem 100 trabalhadores ou mais devem preencher pelo menos 2% dos cargos para pessoas com deficiência, enquanto as que possuem mais de 1000 funcionários, a reserva precisa ser em torno de 5% dos cargos, de acordo com a Lei de Cotas (art. 93 da Lei 8.213/91).
Apesar de a legislação garantir a entrada de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, a falta de conhecimento das empresas e meios para incluírem essa população, colaboram para que a empregabilidade das pessoas com deficiência continue baixa.
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Com isso, o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional da Aprendizagem Industrial (Senai) de Mato Grosso, oportunizaram uma turma de aprendizagem exclusiva para pessoas com deficiência, em que um período os participantes estudaram e agora foram contratados pelas instituições. Durante todo período da aprendizagem os alunos receberam uma bolsa mensal e não perderam o benefício do governo Federal em razão de uma parceria com a Superintendência Regional do Trabalho.
“A iniciativa de oportunizar a inclusão só reafirma nosso respeito as suas especificidades, principalmente quando a vida desenhou caminhos diferentes, acreditamos que o mundo do trabalho traz sentido a todos”, reforça a coordenadora de Responsabilidade Social do Sesi e Senai MT, Denise Molina.
Estratificando os dados em relação ao Brasil, alguns pontos são destacados pelo IBGE, reforçamos alguns destaques como:
• Apenas 34,3% dos trabalhadores com deficiência têm vínculo formal
• Apenas 58,2% das pessoas com deficiência tinham acesso simultâneo a serviços de esgotamento sanitário por rede coletora
• Cerca de 68,8% das pessoas com deficiência tinham internet em casa, enquanto para as pessoas sem deficiência essa proporção é de 86,1%
• 18,2% das pessoas com deficiência estavam abaixo da linha de pobreza.