A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autorizou – após conclusão das obrigações de melhoria da rodovia em parte do trecho compreendido entre Guarantã do Norte (MT) e Miritituba (PA) – a Via Brasil BR-163 a iniciar, às 0h do dia 8 de maio, a cobrança na praça de pedágio localizada em Trairão (PA). A empresa é responsável pela concessão das rodovias federais BR-163 e BR-230 entre Sinop (MT) e Miritituba (PA).
A tarifa básica de pedágio está definida em R$ 36,60. Carros, motos, ônibus e caminhões de pequeno porte têm passagem livre de cobrança e pagamento automático (Tags) tem desconto.
O trecho tarifado atinge em cheio a rota de escoamento de produção mais utilizada em Mato Grosso para a exportação da soja em grão, que é o Arco Norte, onde se localizam vários portos que enviam a commodity para destinos como a Espanha, Argentina, Turquia e Holanda. Conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o complexo Arco Norte foi responsável por mais de 51% de tudo que o Estado exportou no primeiro trimestre. Ou seja, a tarifação amplia o custo de produção da soja mato-grossense, especialmente no quesito referente ao transporte até os portos.
A praça de Trairão é a terceira no trecho sob concessão, onde outras duas praças já haviam recebido autorização de cobrança, em Cláudia (MT) e Guarantã do Norte (MT), em fevereiro de 2023. A autorização para o início da cobrança foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de ontem, 28. Com a publicação, a Concessionária tem o prazo de 10 dias para informar todos que trafegam pela rodovia.
O valor da cobrança é proporcional ao segmento rodoviário com melhorias concluídas pela concessionária, afirma a Via Brasil. No outro trecho desse segmento, a concessionária permanece atuando para promover soluções definitivas de infraestrutura da BR-163.
TABELA DE TARIFAS – P3 TRAIRÃO: Motos, carros de passeio e veículos até quatro eixos de rodagem simples têm passagem livre. Já os veículos a partir de quatro eixos de rodagem dupla pagarão R$ 36,60 (por eixo).
A Via Brasil informa que mesmo os veículos com até quatro eixos de rodagem simples, com passagem livre de cobrança em Trairão (PA), devem utilizar as cabines para que seja feita a identificação do veículo, caso não tenham o TAG instalado. Caso estes veículos possuam o TAG, podem utilizar normalmente nas pistas automáticas, sem parar na cabine.
Nesta praça, a cobrança é realizada somente dos veículos comerciais acima de quatro eixos, por exemplo, carretas.
Os usuários de veículos comerciais podem usufruir de desconto de 5% na tarifa, utilizando o sistema de pagamento automático, também conhecido como Tags.
Os pedágios também aceitam pagamento em dinheiro e cartão de débito. A concessionária orienta os usuários a priorizar o pagamento com moedas, visando facilitar o troco e agilizar a passagem.
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LOCALIZAÇÃO DAS PRAÇAS DE PEDÁGIO:
Cláudia (MT) – Km 897
Guarantã do Norte (MT) – Km 1.089
Trairão (PA) – Km 636
LOCALIZAÇÃO DAS BASES DE ATENDIMENTO:
Cláudia (MT) – Km 897
Novo Progresso (PA), próximo à divisa MT/PA – Km 0,6
Novo Progresso (PA) – Km 293
Itaituba (PA) – Km 604
PREÇO DA SACA – Nos últimos quatro anos, o preço da soja disponível exibiu grande valorização no Estado, mas esse cenário tem se invertido nos últimos meses e vem acompanhando ao aumento sobre os custos de produção.
Na última quinta-feira (20), por exemplo, o preço da soja em Mato Grosso chegou a R$ 119,45/sc, sendo 88,44% maior que o observado há quatro anos (comparado com 22/04/2019), devido à redução na oferta mundial da oleaginosa, o que elevou o patamar de preço, como explica o Imea.
Por outro lado, foi observado na segunda quinzena de novembro do ano passado, a constante desvalorização nas cotações da oleaginosa, devido à estimativa de grande produção para a safra 2022/23, ao prêmio portuário negativo, à queda no valor do produto em Chicago e à menor demanda neste período, principalmente por parte da China. Por fim, é importante destacar que a continuidade da pressão no preço da soja e a alta sobre os custos de produção, devem dificultar a conciliação do caixa da propriedade, principalmente para os produtores que não travaram a maior parte das despesas ou não negociaram nada da produção e, agora, se deparam com preços menos atrativos e custos elevados.