O economista Evaldo Silva, novo presidente do Conselho Regional de Economia de Mato Grosso (Corecon/MT), em entrevista ao site Mato Grosso Econômico, disse que um dos principais objetivos da sua gestão é lutar pela valorização dos economistas. “Hoje estamos num processo de impeachment da presidente da República por problemas econômicos e fiscais. Precisamos dar maior participação aos economistas no processo de desenvolvimento do estado e do país” ressaltou Evaldo.
Composição do Corecon-MT e trajetória até a presidência
Mato Grosso Econômico – Como é composta a diretoria do Conselho Regional de Economia de Mato Grosso (Corecon/MT)?
Evaldo Silva – São nove conselheiros, um presidente e um vice.
Mato Grosso Econômico Quantos associados a entidade possui?
Evaldo Silva – Somos em 1318 economistas.
Mato Grosso Econômico – Como foi sua trajetória profissional até chegar ao cargo de presidente do Conselho?
Evaldo Silva – Como Economista e Publicitário com especialização em Gestão Empresarial, fiz a minha carreira profissional na área de comunicação. Atuei por 12 anos em rádio, TV e jornal, no Grupo RBS que é afiliada Globo no RS e SC, onde foi a minha grande escola profissional. Vim para Cuiabá, Mato Grosso à convite do Sr. Zilmar Melatte da TV Centro América onde trabalhei por 8 anos e depois assumi a Direção Executiva do Grupo Cidade Verde, sendo que por último, estava atuando no Grupo Bandeirantes de Comunicação, através de uma das unidades da SIM TV, aqui em Cuiabá.
E por agora em janeiro de 2016, recebi o convite do Sr. Hermes Martins para assumir a Superintendência da FECOMÉRCIO MT, sendo que nesse período, já estava em andamento a eleição de renovação de um terço do Conselho de Economia e como tivemos alguns desafios nessa eleição e que superamos, os meus colegas de chapa me propuseram esse desafio, que só aceitei na condição de todos nós do Conselho assumirmos um desafio que é de todos os economistas deste estado, que é retomar a autoestima e a VALORIZAÇÃO DO PROFISSIONAL DE ECONOMIA.
Planos para o Corecon-MT
Mato Grosso Econômico – Como pretende executar sua gestão frente ao Corecon?
Evaldo Silva – Minha gestão é de um ano e nesse tempo quero valorizar o economista e colocá-lo em evidência, discutindo os assuntos importantes no mercado. Muitos profissionais da área desenvolvem excelentes trabalhos aqui e fora do estado e não são reconhecidos. Meu papel enquanto presidente desta entidade é trazer o merecido reconhecimento que a classe precisa perante a sociedade. Além disso, quero estimular a implementação da educação financeira na área acadêmica e contribuir nas questões econômicas e tributárias de Mato Grosso.
Erros e Acertos na Economia de Mato Grosso
Mato Grosso Econômico – O que Mato Grosso está errando e acertando na economia? Como o estado poderia se desenvolver mais?
Evaldo Silva – Entendemos que ainda não podemos falar em erros e acertos, num olhar econômico para o estado de Mato Grosso. Pelo curto tempo que o Governo do Estado assumiu e pelas características encontradas quando da sua posse, observamos que ainda há um período a ser trabalhado e analisado. Nós observamos neste novo governo um grande esforço de equilíbrio econômico para que o papel do estado possa ser absolutamente atendido, ou seja, prover aos cidadãos, as empresas e ao próprio Governo a possibilidade de ser auto-suficiente para atender as demandas existentes da nossa sociedade, com um grande diferencial dos outros governos, porque busca qualidade nas obras públicas e também porque está cobrando de seus assessores e colaboradores atitudes concretas para atender um planejamento que vem sendo implementado nesses dois anos.
Mato Grosso Econômico – E com relação às novas políticas econômicas para atrair empresas e os desafios da gestão pública?
Evaldo Silva – O Governo está levando informações de Mato Grosso para outros países com a intenção de atraí-los a investirem aqui, isso é muito bom. A cobrança sobre o Governo Federal para ter maior rapidez na devolução do FEX também é importante, pois nossas exportações precisam de certa recomposição financeira, devido a Lei Kandir. Isso é uma forma de equilibrar as contas com maior facilidade, mesmo tendo um cenário futuro bastante desafiador, que são os aumentos salariais das classes de servidores públicos que os sindicatos cobram com propriedades essa situação.
Economia empresarial e pública
Mato Grosso Econômico – O empresário de pequeno porte acha que um estudo de viabilidade econômica é algo muito complexo e caro e talvez por isso, não contrata um economista para cuidar do projeto da sua empresa?
Evaldo Silva – Quando falamos em planejamento, parece algo muito complicado, mas não é. Ao elaborar e analisar um bom projeto, a estratégia se torna mais simples de implementar. As pessoas e empresas precisam contratar especialistas para cada área. Por exemplo, quando queremos um imóvel vamos atrás de um corretor. Se você está buscando investir em novos negócios, chame um economista que ele certamente vai te ajudar, até para dizer não, quando um projeto não houver viabilidade. Os grandes empresários já fazem isso, mas os pequenos também precisam adquirir a cultura de fazer, isso vai economizar tempo de dinheiro dos empreendedores.
Importância do Economia neste momento de crise no país
Mato Grosso Econômico – Qual a importância do economista nesse atual momento de crise econômica e política brasileira?
Evaldo Silva – É importantíssimo o papel do economista nesse momento de crise, pois ele pode desenvolver nas organizações públicas e privadas habilidades e competências para analisar projetos de viabilidade econômica, administrar melhor o dinheiro, investir, empreender, gerar renda e lucro com sustentabilidade, visando o equilíbrio da oferta e consumo, ajudando no controle da inflação.
A importância da atividade do economista neste atual momento de crise econômica tem se tornado cada vez mais confusa ao longo da história, tendo em vista que ela podia assumir a atividade do administrador, do contador, do programador, do estatístico, cujas profissões foram sendo assumidas pelos seus verdadeiros profissionais. As profissões que o economista assumia não tinham uma definição bem delineada, dando margem a que o economista como administrador pudesse executar a mesma atividade, tendo em conta que existe uma grande confusão quanto a verdadeira atividade desse profissional. Sendo assim, a necessidade de saber o verdadeiro trabalho do economista fica cada vez mais patente, para que ele possa assumir corretamente a sua profissão, como orientador dos problemas econômicos governamentais e empresariais.
Economista no setor privado e público
O economista no setor privado trabalha para as empresas estudarem a sua dinâmica no mercado, buscando um direcionamento dos seus recursos escassos, com objetivo de fazer a empresa crescer e proporcionar um bem-estar a todos os seus trabalhadores e consumidores.
O economista no setor público investiga os problemas que o cercam, dando viabilidade a todas as questões econômicas que apareçam e que tenham como objetivo, o equilíbrio da organização econômica para o progresso da sociedade.
"Por trás de todo bom gestor tem uma boa equipe econômica para elaborar um planejamento eficaz, tanto na área pública quanto na iniciativa privada", finaliza o presidente do Conselho Regional de Economia de Mato Grosso, Evaldo Silva.