Com a suspensão da vacinação contra a febre aftosa, a partir de 2023, Mato Grosso terá abertura de novos mercados, entre eles o europeu, a Coreia do Sul e o Japão, é o que destaca a presidente do Indea/MT, Emanuele Almeida. O Estado passa ao status de livre de febre aftosa sem vacinação.
“O fim da vacinação em Mato Grosso é um avanço para o melhor nível sanitário existente. Além da redução do custo com a aquisição da vacina, haverá a valorização da carne mato-grossense”, destaca.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou, no sábado (29), que Mato Grosso está apto a suspender a vacinação após a etapa de novembro de 2022, como já divulgado no MT Econômico.
A suspensão faz parte do projeto de ampliação de zonas livres de febre aftosa sem vacinação no país, previstas no PE-PNEFA. Para realizar a transição de status sanitário, os estados e o Distrito Federal atenderam aos critérios definidos no Plano Estratégico, que está alinhado com as diretrizes do Código Terrestre da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).
Leia também: Março movimentou os abates de bovinos em Mato Grosso
Além de Mato Grosso, outros cinco estados brasileiros também conseguiram evoluir o status sanitário e suspender a vacinação a partir de 2023. Há 26 anos Mato Grosso não registra nenhum caso da doença.
Em março deste ano, o Indea/MT passou por auditoria do Mapa para avaliar se o órgão implementou o plano de ação que visa ajustar as não-conformidades apontadas na auditoria, realizada em maio de 2021.
Conforme a presidente do Órgão, a autarquia buscou cumprir integralmente os apontamentos. Além disso, houve investimento do governo de Mato Grosso com a realização do concurso público para aumentar o número de servidores e a aquisição de novas caminhonetes para dar melhores condições aos servidores no interior. Há também a parceria com os fundos para a aquisição de equipamentos, mobiliário e reforma das unidades do Indea.
O coordenador de Sanidade Animal do Indea, Felipe Peixoto, agradeceu o empenho dos servidores pela dedicação que contribuiu para se chegar a esse resultado. “O status internacional almejado, fortalecimento do serviço veterinário oficial e a melhoria dos níveis de avanço de cada atividade/programa, mensurados a cada auditoria Quali-SV, ainda demandam muito trabalho e dedicação, porém não há dúvida da competência e dedicação de todos nesse processo”, comentou.
Atualmente, no Brasil, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso têm a certificação internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação.
A meta do Ministério da Agricultura é que o Brasil se torne totalmente livre de febre aftosa sem vacinação até 2026.
Para o reconhecimento como zonas livres de febre aftosa sem vacinação, a Organização Mundial da Saúde Animal exige a suspensão da vacinação e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados e regiões propostas por, pelo menos, 12 meses.
Leia mais: Vacinação contra aftosa em Mato Grosso é antecipada para outubro