Segundo a nova estimativa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), para a safra 2021/22 do algodão, a cultura será superior à temporada anterior, mas cresce aquém do que se esperava para o atual ciclo. Como explicam os analistas há um recuo nas projeções de rendimento da arroba quando se compararam dados de julho contra os de agosto, tanto na oferta de caroço quando na de pluma. Ainda assim, a oferta da pluma nesta temporada deve chegar a 1,93 milhão de toneladas (t), 15,60% acima do saldo do ciclo passado.
Na última semana (29/07) a colheita do algodão, em Mato Grosso, atingiu 44,79% da área total estimada para a safra 2021/22, e de acordo com o rendimento médio registrado nessas áreas colhidas, a produtividade para o final da temporada foi revisada para 265,29 arrobas por hectares (@/ha), recuo de 1,13% e 4,46% ante a última estimativa e da safra passada, respectivamente. “Esse cenário de menor produtividade aguardada para o ciclo é reflexo das adversidades climáticas que afetaram boa parte das regiões de Mato Grosso nos meses de abril e maio”, explicam os analistas do Imea.
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Com relação ao detalhamento dos impactos do clima, no que tange as regiões do Estado, a centro sul e a oeste foram as mais afetadas pela estiagem, refletindo em uma estimativa de 255,23@/ha e 257,17@/ha, recuo expressivo de 6,92% e 12,61%, respectivamente, ante o rendimento médio consolidado da safra passada. “Dessa forma, com a redução na produtividade média do caroço de algodão no Estado, a produção desse ciclo ficou projetada em 4,69 milhões de toneladas de algodão em caroço e 1,93 milhão de toneladas de pluma, recuo de 1,14% e 1,13% ante a última estimativa, respectivamente”.
A maior oferta de pluma neste ciclo se deve mais à expansão de área semeada do que aos ganhos de rendimento das lavouras. Como apontam os analistas há um ganho espacial de 22,43% entre a safra atual e anterior. “A antecipação da semeadura da safra 2021/22 do algodão, em Mato Grosso, corroborou para um maior percentual de áreas semeadas dentro das condições consideradas ideais à cultura, que em conjunto com o atrativo preço da pluma, nesse período, incentivou os cotonicultores a aumentarem as áreas destinadas ao cultivo da fibra”. Diante disso, é estimada uma área de 1,18 milhão de hectares contra 962 milhões ha do ciclo 2020/21.
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