Mato Grosso já acumula volume recorde de exportação para a safra 2021/22 no período de julho a dezembro de 2022, aponta o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Nesse intervalo, o Estado contabiliza 21,54 milhões de toneladas (t) enviadas ao exterior: alta de 32,66% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
Ainda conforme o Imea, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), esse maior volume de exportação (32,66%) ante a safra 2020/21 está atrelado à produção recorde, além da maior demanda pelo cereal devido à conjuntura do mercado mundial. “Mato Grosso foi favorecido, nos últimos meses, pelo início das importações por parte da China no mês de novembro, uma vez que devido à guerra na Ucrânia, que reduziu as exportações, o país asiático passou a procurar novos mercados para diminuir a dependência dos Estados Unidos. Desse modo, a China já representa 3,16% do volume exportado por Mato Grosso no período da safra”.
Ainda conforme o Imea, é esperado que as importações, principalmente, por parte do país asiático, se mantenham fortes. Diante disso, o relatório de Oferta e Demando do Imea, estima que Mato Grosso exporte um volume total de 26,90 mi t na safra 2021/22. O período da safra 2021/22 de milho no Estado vai até junho de 2023, quando a nova safra começa a ser colhida e movimentada pelo mercado consumidor.
Já a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) destaca que no Brasil as vendas de milho para o mercado externo atingiram recorde para o mês de dezembro. Ao todo foram exportadas 6,41 milhões de toneladas do cereal – melhor desempenho para o período na série histórica, superando, inclusive, dezembro de 2015 com exportações que chegaram a 6,27 milhões de toneladas. “O elevado ritmo de vendas se repete neste início de ano. Apenas nos 15 primeiros dias úteis de janeiro, os embarques já chegam a 4,2 milhões de toneladas, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O volume, ainda parcial, já supera em 54% o registrado em todo mês de janeiro de 2022”.
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O elevado volume exportado em dezembro já conta com 1,1 milhão de toneladas com destino à China, o que melhora as perspectivas de comercialização do cereal para o continente asiático neste ano, conforme ponderamento do superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira.
De acordo com a publicação, as vendas elevadas em 2022 e início deste ano seguem pressionando os preços do cereal no mercado interno devido aos menores níveis dos estoques de passagem do grão. Além disso, o corte na produção para a temporada 2022/23, tanto na primeira safra brasileira quanto na estimativa de colheita nos Estados Unidos, devem colaborar para cenários de alta das cotações, principalmente no primeiro semestre.