As análises do Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), apontam que a seca sazonal, característica deste período na região central do Brasil, provocou impactos menos intensos no desenvolvimento da lavoura de milho 2ª safra, em comparação com as safras passadas. Para Mato Grosso, com o cereal iniciando a colheita, não deverá haver perdas significativas em decorrência da estiagem que vem sendo registrada sobre o Estado desde o mês de abril.
“As boas precipitações, já observadas no decorrer da safra, devem garantir produtividades superiores à 6.000kg/ha. As baixas temperaturas registradas não implicarão em prejuízos significativos à cultura, pois a maior parte das lavouras está em estádios finais do ciclo produtivo”, pontuou.
As maiores restrições hídricas ocorreram no oeste da Bahia, no norte e noroeste de Minas Gerais e em Goiás, além do sudeste de Mato Grosso, do leste de Mato Grosso do Sul e do noroeste de São Paulo.
Nas primeiras semanas de maio, a seca se intensificou e a umidade do solo, que já se encontrava baixa em algumas regiões, causou uma maior restrição às lavouras de milho que foram semeadas fora da janela ideal e que se encontram, no momento, em floração e enchimento de grãos.
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Ao contrário do Boletim da Conab, que pela segunda edição mensal seguida não aponta como graves as projeções de perdas pela estiagem, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), afirma que há perdas de 4 milhões de toneladas (t) em razão da estiagem de abril e que a ‘quebra’ de expectativas em relação a uma produção recorde acima de 40 ,5 milhões t “é irreversível”. Inclusive, o assunto foi levada pela direção da entidade ao Ministério da Agricultura, na semana passada.
ÍNDICE DE VEGETAÇÃO – O acompanhamento do índice de vegetação mostra que, apesar das restrições hídricas em maio, a semeadura antecipada do milho segunda safra permitiu que as lavouras se desenvolvessem de forma similar ou melhor que as últimas safras na maioria das regiões monitoradas. Atualmente o índice está em queda ou desaceleração, devido à maturação de parte das lavouras. De forma geral, segundo o Boletim, persiste a expectativa de boa produtividade.
O BMA é resultado da parceria entre a Conab, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Grupo de Monitoramento Global da Agricultura (Glam). O estudo fornece informações sobre as condições agrometeorológicas e o comportamento das lavouras em imagens de satélites e no campo. Essas informações servem como subsídios para a realização das estimativas de safra realizadas pela Companhia, todos os meses.
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